Busquemos na Palavra de Deus a luz para nossa missão | 604 |
26.01.2025 | Lucas 1,1-4; 4,14-21
Lucas diz que ir à Sinagoga era um costume de Jesus. Como
qualquer pessoa que se põe nos caminhos de Deus, Jesus busca um horizonte e uma
referência para sua vida e sua missão. Sedento de utopias humanas e faminto das
promessas de Deus, ele busca orientação na sua Palavra. Num sábado, em meio ao
povo reunido, Jesus lê uma passagem na qual o profeta Isaías tenta suscitar a
esperança num povo radicalmente desesperançado.
Jesus entende a Palavra como dirigida a ele mesmo, como
uma ajuda para entender sua missão. Ele se encontra nesta Palavra lida e
assimilada. Ele descobre ser enviado “para anunciar a Boa Notícia aos pobres;
para proclamar a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista;
libertar os oprimidos, e para proclamar um ano da graça do Senhor”. O Espírito
envia seus ungidos a uma missão historicamente engajada e relevante, em favor
dos
Jesus vai à Sinagoga para resgatar uma esperança enraizada na
própria escritura e para questionar a pregação oficial. Ele entende que sua
missão é anunciar que chegou o tempo do jubileu, do cancelamento das dívidas,
da remissão de todos os pecados; um tempo de misericórdia, e não de sacrifícios.
Para Jesus, Deus não é nem delegado de polícia, nem capitão do exército. Seu
anúncio é um Evangelho, literalmente, uma boa notícia. Por isso, não pode ser
reduzido a uma pesada e sofisticada doutrina moral, imposta a um povo já
cansado e abatido.
A ‘homilia’ de Jesus sobre a profecia que leu é breve, concreta e
incisiva: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura, que vocês acabam de
ouvir”. A comunidade de Nazaré, suspensa diante da proclamação da Palavra e com
os olhos fixos em Jesus, foi por ele chamada ao presente concreto. Não há mais
tempo a perder, nem razões para simplesmente esperar.
Como leitor e ouvinte habitual da
Palavra de Deus, Jesus percebe que o tempo está maduro, e que Deus se dirige a
ele. O filho amado é também o profeta e reformador esperado. Quando a profecia
não desemboca no engajamento nas boas lutas e movimentos de libertação, é
apenas meia-palavra, não é uma notícia boa de ponta a ponta.
Meditação:
§
Contemple Jesus voltando à sua terra, entrando na
sinagoga, lendo e comentando o profeta Isaías diante do olhar atendo dos seus
§
Compare o anúncio de Jesus com aquilo que ensinamos e
ouvimos em nossas igrejas, em nossos cursos, em nossa catequese
§
Qual é a boa notícia que ressoa hoje nas pregações do
nosso papa, dos nossos bispos, padres e catequistas?
Nenhum comentário:
Postar um comentário