sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

A verdadeira alegria do discípulo

A verdadeira alegria do discípulo é preparar a noiva do seu Amigo | 589 | 11.01.2025 | João 3,22-30

Estamos na véspera da festa do Batismo de Jesus, e chamamos de novo João, o profeta que também batiza, para ajudar-nos a bem avaliar quem é a pessoa que ele mesmo batizará e que nos seduziu. A cena nos apresenta Jesus atuando bem perto de onde João desenvolvia sua missão. Os discípulos de João constatam que Jesus atrai mais seguidores que João, e ficam intrigados.

A atitude dos discípulos de João é estranha. Parece que eles querem mudar a missão de João, que é ser sinal e testemunha, preparar o caminho para aquele que deve chegar. Mas João não veio para ocupar o lugar de ninguém, não sente inveja do sucesso de ninguém. Ele reconhece que Jesus tem uma missão que é só dele, que não a deve a ninguém e que recebe do próprio Deus.

João deixa claro: ele veio à frente do Messias, mas aquele que veio depois, o Messias, o ultrapassa. Sua missão de precursor e preparador termina quando desperta nos seus discípulos o desejo de aderir a Jesus. João Batista sabe muito bem que ele mesmo é transitório e que caminho de Jesus é definitivo. Ele é amigo do noivo, e, por isso, sabe que a noiva não é sua.

A comparação de João com o amigo da noiva é interessante. Na tradição judaica, ao amigo mais próximo do noivo cabia a tarefa de preparar a noiva para a cerimônia de casamento. E sua alegria é ouvir os sinais da aproximação do noivo, sinais que a noiva não pode perceber. O amigo do noivo prepara tudo para quem vem depois, e se retira, pois não é ele o protagonista da festa.

Jesus é o noivo esperado, e a noiva é a humanidade. João tem consciência de que deve preparar os discípulos para que reconheçam e acolham o Messias, que vem selar a aliança definitiva de Deus com a humanidade. Essa é a meta da sua vida e missão, por isso o amigo do noivo diminui para que o noivo cresça.

Neste sentido, João é inspiração para todo discípulo de Jesus: somos amigos de Jesus, e nossa alegria é despertar e formar homens e mulheres que se encantem com ele e com seu Evangelho, e se tornem discípulos dele. É necessário que Jesus cresça e que nós diminuamos.

 

Meditação:

·        Releia o texto lentamente, acompanhe o movimento dos personagens, escute atentamente as palavras de cada um

·        Em que sentido a atitude de João frente à inquietação dos seus seguidores pode inspirar nossa missão de líderes cristãos?

·        Por que custa tanto aos homens e mulheres das Igrejas e da Sociedade cumprir sua missão sem querer aparecer?

·        O que pode significar para a nossa vida familiar e em nossa comunidade eclesial o princípio “que ele cresça e eu diminua”?

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