A verdadeira alegria
do discípulo é preparar a noiva do seu Amigo | 589 | 11.01.2025 | João 3,22-30
Estamos
na véspera da festa do Batismo de Jesus, e chamamos de novo João, o profeta que
também batiza, para ajudar-nos a bem avaliar quem é a pessoa que ele mesmo
batizará e que nos seduziu. A cena nos apresenta Jesus atuando bem perto de
onde João desenvolvia sua missão. Os discípulos de João constatam que Jesus
atrai mais seguidores que João, e ficam intrigados.
A atitude dos
discípulos de João é estranha. Parece que eles querem mudar a missão de João,
que é ser sinal e testemunha, preparar o caminho para aquele que deve chegar.
Mas João não veio para ocupar o lugar de ninguém, não sente inveja do sucesso
de ninguém. Ele reconhece que Jesus tem uma missão que é só dele, que não a
deve a ninguém e que recebe do próprio Deus.
João deixa claro:
ele veio à frente do Messias, mas aquele que veio depois, o Messias, o
ultrapassa. Sua missão de precursor e preparador termina quando desperta nos seus
discípulos o desejo de aderir a Jesus. João Batista sabe muito bem que ele mesmo
é transitório e que caminho de Jesus é definitivo. Ele é amigo do noivo, e, por
isso, sabe que a noiva não é sua.
A comparação de
João com o amigo da noiva é interessante. Na tradição judaica, ao amigo mais
próximo do noivo cabia a tarefa de preparar a noiva para a cerimônia de
casamento. E sua alegria é ouvir os sinais da aproximação do noivo, sinais que
a noiva não pode perceber. O amigo do noivo prepara tudo para quem vem depois,
e se retira, pois não é ele o protagonista da festa.
Jesus é o noivo
esperado, e a noiva é a humanidade. João tem consciência de que deve preparar
os discípulos para que reconheçam e acolham o Messias, que vem selar a aliança definitiva
de Deus com a humanidade. Essa é a meta da sua vida e missão, por isso o amigo
do noivo diminui para que o noivo cresça.
Neste sentido,
João é inspiração para todo discípulo de Jesus: somos amigos de Jesus, e nossa
alegria é despertar e formar homens e mulheres que se encantem com ele e com seu
Evangelho, e se tornem discípulos dele. É necessário que Jesus cresça e que nós
diminuamos.
Meditação:
·
Releia o texto lentamente, acompanhe o
movimento dos personagens, escute atentamente as palavras de cada um
·
Em que sentido a atitude de João frente à
inquietação dos seus seguidores pode inspirar nossa missão de líderes cristãos?
·
Por que custa tanto aos homens e mulheres
das Igrejas e da Sociedade cumprir sua missão sem querer aparecer?
·
O que pode significar para a nossa vida
familiar e em nossa comunidade eclesial o princípio “que ele cresça e eu
diminua”?
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