Jesus nos reúne em torno dele, nos forma e nos envia em missão | 602 | 24.01.2025 | Marcos 3,13-16
Ontem vimos que Jesus pede que estendamos a mão a ele para que sejamos
curados, para que nossa mão se estenda para servir gratuitamente quem precisa,
para lutar por causas justas e humanas. Mas ele espera também que tenhamos a
corajosa liberdade de enfrentar e desmascarar os sistemas que oprimem os
pobres, inclusive usando o nome de Deus, como se tornou frequente hoje.
Depois
de atender as necessidades de muita gente, Jesus começa a se ocupar mais com a
evangelização e ensino e a formação dos seus discípulos. Ao redor de Jesus,
aparecem dois grupos: as multidões, que buscam ajuda; os discípulos, que o
seguem como mestre. Jesus tem consciência de que a missão de anunciar e
promover o Reino de Deus precisa de mais gente para se estender no tempo e no
espaço.
Chamando
um grupo de doze entre os muitos discípulos, Jesus constitui uma comunidade
para encarnar e prosseguir sua missão, um núcleo visível do Reino de Deus, uma
nova família convocada a viver de modo alternativo e contracorrente. A nova
aliança da qual Jesus é protagonista gera um povo novo e pede uma nova
liderança, diferente dos fariseus, sacerdotes e escribas. Com este chamamento e
essa constituição, Jesus rejeita e descarta os velhos líderes.
Na
verdade, o grupo dos doze é uma espécie de “comitê revolucionário de governo em
situação de exílio”, semelhante a uma comunidade de resistência e alternativa
na construção de um outro mundo. É uma espécie de confederação de tribos,
baseada em laços de solidariedade e não de sangue, e que supera e substitui a antiga
confederação das tribos de Israel, criada depois do êxodo.
O grupo dos doze apóstolos não está fechado,
nem acima do círculo maior dos demais discípulos. Sua finalidade é estar
próximo de Jesus para assimilar seu modo de ser e, quando isso estiver
consolidado, ser enviado para pregar a novidade Reino de Deus, com a autoridade
e a coerência de Jesus, inclusive a com a capacidade de expulsar demônios, que
é a libertação da dominação interiorizada. A missão de evangelizar é um
confronto com os poderes estabelecidos.
Meditação:
§ Contemple
a cena: o nome dos discípulos chamados, os novos nomes que alguns recebem, a
missão que lhes é confiada
§ Participe da cena, subindo à montanha com Jesus e seus
discípulos, ouvindo seu nome entre os chamados e enviados
§ O que significa para você e sua família ser chamado por
Jesus para “ficar com ele” e ser enviado em missão?
§ Quem é que, em determinadas situações, acaba sendo
sucessor de Judas Iscariotes, aquele que traiu Jesus?
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