Jesus não vem para salvar aqueles que se consideram justos | 596 | 18.01.2025 | Marcos 2,13-17
Na cena que meditamos ontem, estando em
sua própria casa, Jesus deixa bem claro que reinsere os excluídos na sociedade
e o faz em nome de Deus. Por isso, depois de declarar que os pecados do
paralítico estão perdoados, ordena que ele se coloque de pé, tome sua cama e vá
para casa. E assim aconteceu, diante da admiração do povo, que nunca tinha
visto algo assim: alguém que enfrenta a exclusão e ensina a caminhar com
autonomia.
Depois disso, Jesus sai de novo à beira do mar,
acompanhado pelos seus discípulos. E, ali, prossegue seu ensinamento original
sobre o Reino de Deus. Caminhando, vê um coletor de impostos e o chama para fazer
parte do seu colégio de discípulos. Mais tarde, na casa de Levi – assim se
chamava o coletor – senta-se à mesa na qual se misturam discípulos, coletores
de impostos e o povão, numa confraternização alegre e profética.
Jesus vivia cercado de gente anônima, pertencente
às classes de baixo, não educada nas academias e que vivia à margem da lei
judaica. Eles são identificados como pecadores, e são socialmente
marginalizados, como os coletores de impostos, que são judeus que colaboram com
os dominadores romanos, e são evitados e penalizados pelo judaísmo. Essa “mistura
de gentalha” se reúne na casa de Levi.
Como fizeram os convidados anteriores, Levi atende ao
chamado de Jesus e rompe com uma atividade que o fazia colaborador dos
invasores e explorador do seu próprio povo. E Jesus vai à sua casa e participa
de uma simbólica interação fraterna e solidária com o povão, os diversos tipos
de pecadores e os discípulos, sob o olhar escandalizado dos fariseus doutores
da lei. Sentar à mesa significa comungar com a vida daqueles que a
compartilham.
Jesus
responde ao questionamento dos fariseus aos seus discípulos com uma comparação
com a qual sublinha, justifica e evidencia sua opção: como são os doentes que
precisam de médico, são os pecadores que precisam de acolhida e perdão. “Eu não
vim para chamar os justos”, diz Jesus provocativamente. Para Jesus, a Igreja
jamais pode colocar barreiras ao povo e aos pecadores.
Meditação:
§ Observe
a alegria dos pecadores e do povão acolhido e valorizado por Jesus, assim como
o escândalo dos fariseus
§ Como
você e sua comunidade se sentem diante da defesa dos direitos humanos das
pessoas ameaçadas em sua integridade?
§ Em
que medida sua comunidade, e a Igreja como um todo, seguem essa orientação de
Jesus na sua ação pastoral?
§ Que
lugar o povo mais simples e as pessoas quebradas pela vida encontram em nossas
comunidades cristãs?
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