terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Todo dia é dia de fazer o bem sem olhar a quem

Para o cristão, todo dia é dia de fazer o bem sem olhar a quem | 600 | 22.01.2025 | Marcos 3,1-6

No final do trecho do evangelho de ontem, Jesus se declara senhor do sábado e senhor da Casa Comum. Nenhuma lei, costume ou instituição, nem mesmo o nervoso mercado, pode ser colocada acima ou contra ele e o Reino de Deus, ao qual ele serve. Para Jesus, o que conta é a Vida, o Dom e a Gratuidade, e não os deveres e haveres.

O trecho do evangelho de Marcos que estamos meditando hoje é uma espécie de teatro político: é uma provocação de Jesus aos defensores da lei e da ordem, uma clara demonstração de que ele é um deliberado transgressor da lei. É isso que representa a cura do homem de mão seca, na sinagoga dos judeus, em pleno dia de sábado. Essa ação é um questionamento do edifício ideológico da lei judaica.

Marcos diz que, na sinagoga, “havia algumas pessoas espiando”, buscando motivos para acusar e condenar Jesus. No final (v. 6), essas pessoas são identificadas como sendo fariseus. Jesus poderia ter evitado o confronto curando o homem num dia comum e num lugar discreto. Mas, fazendo isso, quer sublinhar a novidade do Reino de Deus e a caducidade do sistema legal defendido pelos fariseus.

Chamando o homem doente e pedindo que ele vá para o centro da assembleia, Jesus provoca: no sábado, a lei permite ou manda fazer o bem e salvar uma vida, ou fazer o mal e condenar? Os fariseus se calam, não porque não sabem a resposta, mas para evitar se auto incriminarem. Jesus fica irritado por causa da dureza e da maldade deles, mas triste também, provavelmente, porque percebeu que, com este questionamento, havia selado seu destino.

Estabelecida a diferença de perspectivas entre Jesus e os defensores do templo, o homem estende a mão e, sem qualquer intervenção de Jesus, fica curado. E os fariseus, que acusam Jesus por ter feito o bem a uma pessoa necessitada em dia de sábado, decidem, no próprio sábado, fazer um mal absolutamente maior: condenar Jesus à morte.

Jesus pede que estendamos a mão a ele e sejamos curados e nossa mão se estenda para servir quem precisa, para lutar com eles. Mas espera também que tenhamos a corajosa liberdade de enfrentar e desmascarar os sistemas que oprimem os pobres, sem medo de represálias.

 

Meditação:

§ Contemple a cena e as palavras: os personagens; a vigilância acusadora dos fariseus; a pergunta e os gestos de Jesus

§ Você acha que podemos assumir este ensino e esta ação de Jesus como regra para nossa vida religiosa e social?

§ Você já se deu conta alguma vez de ter usado a palavra de Deus e a fé para se omitir e se desculpar de fazer algo pelos outros?

§ O que nos impede de assumir a atitude livre, corajosa e libertadora de Jesus para fazer o bem a quem mais precisa?mos assumir este ensino e esta ação de Jesus como regra para nossa vida religiosa e social?

§ Você já se deu conta alguma vez de ter usado a palavra de Deus e a fé para se omitir e se desculpar de fazer algo pelos outros?

§ O que nos impede de assumir a atitude livre, corajosa e libertadora de Jesus para fazer o bem a quem mais precisa?

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