Para o cristão, todo dia é dia de fazer o bem sem olhar a quem | 600 | 22.01.2025
| Marcos 3,1-6
No final do trecho do evangelho de ontem, Jesus se declara senhor do
sábado e senhor da Casa Comum. Nenhuma lei, costume ou instituição, nem mesmo o
nervoso mercado, pode ser colocada acima ou contra ele e o Reino de Deus, ao
qual ele serve. Para Jesus, o que conta é a Vida, o Dom e a Gratuidade, e não
os deveres e haveres.
O
trecho do evangelho de Marcos que estamos meditando hoje é uma espécie de
teatro político: é uma provocação de Jesus aos defensores da lei e da ordem, uma
clara demonstração de que ele é um deliberado transgressor da lei. É isso que
representa a cura do homem de mão seca, na sinagoga dos judeus, em pleno dia de
sábado. Essa ação é um questionamento do edifício ideológico da lei judaica.
Marcos
diz que, na sinagoga, “havia algumas pessoas espiando”, buscando motivos para
acusar e condenar Jesus. No final (v. 6), essas pessoas são identificadas como sendo
fariseus. Jesus poderia ter evitado o confronto curando o homem num dia comum e
num lugar discreto. Mas, fazendo isso, quer sublinhar a novidade do Reino de
Deus e a caducidade do sistema legal defendido pelos fariseus.
Chamando
o homem doente e pedindo que ele vá para o centro da assembleia, Jesus provoca:
no sábado, a lei permite ou manda fazer o bem e salvar uma vida, ou fazer o mal
e condenar? Os fariseus se calam, não porque não sabem a resposta, mas para evitar
se auto incriminarem. Jesus fica irritado por causa da dureza e da maldade deles,
mas triste também, provavelmente, porque percebeu que, com este questionamento,
havia selado seu destino.
Estabelecida
a diferença de perspectivas entre Jesus e os defensores do templo, o homem
estende a mão e, sem qualquer intervenção de Jesus, fica curado. E os fariseus,
que acusam Jesus por ter feito o bem a uma pessoa necessitada em dia de sábado,
decidem, no próprio sábado, fazer um mal absolutamente maior: condenar Jesus à
morte.
Jesus pede que estendamos a mão a ele e
sejamos curados e nossa mão se estenda para servir quem precisa, para lutar com
eles. Mas espera também que tenhamos a corajosa liberdade de enfrentar e
desmascarar os sistemas que oprimem os pobres, sem medo de represálias.
Meditação:
§ Contemple a cena e as palavras: os
personagens; a vigilância acusadora dos fariseus; a pergunta e os gestos de
Jesus
§ Você acha que podemos assumir este
ensino e esta ação de Jesus como regra para nossa vida religiosa e social?
§ Você já se deu conta alguma vez de
ter usado a palavra de Deus e a fé para se omitir e se desculpar de fazer algo
pelos outros?
§ O que nos impede de assumir a
atitude livre, corajosa e libertadora de Jesus para fazer o bem a quem mais
precisa?mos assumir este ensino e esta ação de Jesus
como regra para nossa vida religiosa e social?
§ Você já se deu conta alguma vez de ter usado a palavra de Deus e a
fé para se omitir e se desculpar de fazer algo pelos outros?
§ O que nos impede de assumir a atitude livre, corajosa e
libertadora de Jesus para fazer o bem a quem mais precisa?
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