Que Jesus nos ensine a conjugar a paciência com a urgência | 609 | 31.01.2025
| Marcos 4,26-34
Na passagem imediatamente anterior, Jesus ensina que, como a
semente pode ser esterilizada pelas condições da terra que a recebe, a luz pode
ser escondida por falta de compreensão ou de coragem. A Boa Notícia do Reino de
Deus precisa brilhar de modo inequívoco na vida cotidiana dos discípulos e
discípulas de Jesus, caso contrário, a fé que proclamam com a boca será
absolutamente estéril.
Hoje
Jesus continua falando do mistério do Reino de Deus, agora com as parábolas do
semeador confiante e da pequena semente. Por trás destas parábolas está uma
experiência desoladora: o resultado da pregação de Jesus e os sinais do reino
de Deus estavam sendo pouco encorajadores; ele fora abandonado pela família,
era perseguido pelas autoridades, e precisava andar discreto, longe das
cidades.
Com
estas duas parábolas, Jesus quer despertar nos discípulos tanto a paciência
quanto a esperança. Ele afasta a ilusão de que a transformação provocada pelo reino
de Deus possa ser rápida e triunfal. O importante é encontrar o solo correto,
lançar as sementes e acreditar que elas têm em si mesmas a força para se
desenvolver e derrubar os poderosos.
Jesus
também chama à esperança, pois aquilo que hoje pode parecer pequeno e
insignificante, como a desprezível e quase invisível semente de mostarda, se
transformará em árvore frondosa, capaz de abrigar os povos. O caminho do Reino
de Deus, que é caminho pavimentado pela paciência e pela esperança, é o caminho
da não violência e da luta pela justiça; a liderança se torna serviço, o
sofrimento frutifica em triunfo e a morte desabrocha em vida.
Ensinando
isso, Jesus não desaconselha nosso engajamento lúcido e perseverante nas lutas
sociais e todas as demais legítimas causas. Ao contrário, ele lembra que a
simples agitação ativista não nos livra da areia movediça da injustiça.
Precisamos da sábia paciência e da esperança do homem do campo para não
destruir com os pés apressados aquilo que fazemos com as mãos operosas.
Meditação:
§ Releia
o texto com atenção as duas parábolas, relacionando-as com a parábola do
semeador e com as ações libertadoras de Jesus
§ Será
que, com nossa agitação e nosso ativismo eclesial, não corremos o risco de
atrapalhar o dinamismo próprio do Reino?
§ Será
que também nós às vezes não demonstramos frustração com os aparentes pequenos
frutos do nosso trabalho missionário?
§ Que
atitudes são fundamentais para que nosso engajamento seja uma efetiva
colaboração com a dinamismo do Reino de Deus?
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