quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Conjugar a paciência com a urgência

Que Jesus nos ensine a conjugar a paciência com a urgência | 609 | 31.01.2025 | Marcos 4,26-34

Na passagem imediatamente anterior, Jesus ensina que, como a semente pode ser esterilizada pelas condições da terra que a recebe, a luz pode ser escondida por falta de compreensão ou de coragem. A Boa Notícia do Reino de Deus precisa brilhar de modo inequívoco na vida cotidiana dos discípulos e discípulas de Jesus, caso contrário, a fé que proclamam com a boca será absolutamente estéril.

Hoje Jesus continua falando do mistério do Reino de Deus, agora com as parábolas do semeador confiante e da pequena semente. Por trás destas parábolas está uma experiência desoladora: o resultado da pregação de Jesus e os sinais do reino de Deus estavam sendo pouco encorajadores; ele fora abandonado pela família, era perseguido pelas autoridades, e precisava andar discreto, longe das cidades.

Com estas duas parábolas, Jesus quer despertar nos discípulos tanto a paciência quanto a esperança. Ele afasta a ilusão de que a transformação provocada pelo reino de Deus possa ser rápida e triunfal. O importante é encontrar o solo correto, lançar as sementes e acreditar que elas têm em si mesmas a força para se desenvolver e derrubar os poderosos.

Jesus também chama à esperança, pois aquilo que hoje pode parecer pequeno e insignificante, como a desprezível e quase invisível semente de mostarda, se transformará em árvore frondosa, capaz de abrigar os povos. O caminho do Reino de Deus, que é caminho pavimentado pela paciência e pela esperança, é o caminho da não violência e da luta pela justiça; a liderança se torna serviço, o sofrimento frutifica em triunfo e a morte desabrocha em vida.

Ensinando isso, Jesus não desaconselha nosso engajamento lúcido e perseverante nas lutas sociais e todas as demais legítimas causas. Ao contrário, ele lembra que a simples agitação ativista não nos livra da areia movediça da injustiça. Precisamos da sábia paciência e da esperança do homem do campo para não destruir com os pés apressados aquilo que fazemos com as mãos operosas.

 

Meditação:

§ Releia o texto com atenção as duas parábolas, relacionando-as com a parábola do semeador e com as ações libertadoras de Jesus

§ Será que, com nossa agitação e nosso ativismo eclesial, não corremos o risco de atrapalhar o dinamismo próprio do Reino?

§ Será que também nós às vezes não demonstramos frustração com os aparentes pequenos frutos do nosso trabalho missionário?

§ Que atitudes são fundamentais para que nosso engajamento seja uma efetiva colaboração com a dinamismo do Reino de Deus?

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