quinta-feira, 22 de abril de 2021

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 366

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 366

Dia 23/04/2021 | 3ª Semana da Páscoa | Sexta-feira

Evangelho segundo João (6,52-59)

(1)     Coloque-se em atitude de oração  

·        Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·        Escolha o lugar no qual você se sinta bem e não seja interrompido

·        Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·        Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·        Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·        Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·        Prepare-se cantando: Escuta, Israel! Javé, teu Deus, quer falar!” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=i0bKKVkgJ3o)

 

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de João 6,52-59

·      Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·      Esta é a penúltima parte da catequese de Jesus sobre o verdadeiro alimento, que ele desenvolve depois de saciar a fome da multidão

·      A questão de fundo é o caminho ou o meio que assegura a salvação da humanidade, sua realização e sua vida plena

·      Para Jesus, a plenitude da vida não vem nem pelo cumprimento da Lei, nem pela distribuição de alimentos que mantém as pessoas dependentes

·      O único modo de assegurar o acesso a essa plenitude é “viver por causa dele”, ou “comer sua carne e beber seu sangue”

·      Em outras palavras: a vida vem em abundância quando assimilamos e fazemos nossa (“comemos”) a humanidade e a compaixão de Jesus

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)   Medite a Palavra de Deus

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Recomponha na memória este trecho da catequese pascal que Jesus desenvolve para a multidão que o procura

·      O que significa a insistência de Jesus, que fala quatro vezes em “comer” sua carne e “beber” seu sangue?

·      Será que não nos enganamos ainda hoje, pensando que o que nos salva é o “poder” de Jesus, e não sua compaixão e humanidade?

·      Em que apostamos “todas as nossas fichas”, porque cremos que somente isso nos dá vida e salvação?

·      O que significa viver “por causa de Jesus”, assim como ele viveu “por causa do Pai” que vive e o enviou?

 

(4)   Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·    O que fazer para desbancar a ideia de poder e colocar o dinamismo da compaixão no centro da nossa fé e da nossa ação?

 

(6)   Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·    Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e congregai-nos!

·    Medite e reze com canção paulina: Quem nos separará do amor de Cristo? (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=AOy0kWK67Nw)

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Apague a vela e termina seu momento de oração

Algumas pistas sobre João 6,52-59

Neste penúltimo trecho da “catequese” que Jesus após o sinal da multiplicação dos pães e dos peixes, a discussão se concentra na vulnerabilidade da condição humana de Jesus (sua “carne” e seu “sangue”). No centro da polêmica está a questão do caminho que assegura a vida plena: este caminho é a Lei (o ditado de Deus) ou a pessoa humana concreta e frágil de Jesus (o enviado do Pai)?

O judaísmo chamava “Lei” ao conjunto de valores e práticas (atitudes, mandamentos e proibições) que garantiam que uma pessoa fosse boa, ou seja, garantia a salvação. É o que hoje chamamos de ideologia: conjunto de fins e meios, valores e práticas que nos torna “pessoas de bem”, diferentes e melhores que os outros. Hoje, são leis como “cada um pra si”; “quem pode mais chora menos”; “direitos humanos são para os humanos direitos”; e assim por diante.

Os líderes do judaísmo consideraram incompreensível e inaceitável que Jesus Cristo, em sua concretude e humana fragilidade (“carne e sangue”) pudesse ser este caminho. Para eles, não existia outro caminho senão o poder, a separação, a supremacia de uns sobre outros, a distância em relação àqueles “que não rezam pela cartilha deles”.

Jesus, por sua parte, insiste que não há caminho para a vida abundante que não passe pela assimilação daquela compaixão que o faz irmão e servidor da humanidade, a ponto de dar a própria vida. Isso fica claro na expressão “carne e sangue”, que Jesus repete quatro vezes. É na sua paixão e morte que ele dá seu corpo e sangue e se torna pão para a vida do mundo. Salva-se quem assimila sua humanidade.

Assim, Jesus de Nazaré, o Enviado do Pai para dar vida ao mundo, o Filho do Homem que demonstra em sinais a compaixão de Deus especialmente pelas pessoas e grupos mais oprimidos e sofredores, assume e supera o Antigo Testamento, mostra que a Lei caducou. O amor incondicional e generoso manifestado por Jesus e assimilado por seus discípulos é o que dá vida ao mundo. Quem come deste “pão”, viverá eternamente, e saciará a fome e a sede da humanidade.

 (Itacir Brassiani msf)

Pensamento do Papa Francisco

Entre as religiões, é possível um caminho de paz. O ponto de partida deve ser o olhar de Deus. Porque, Deus não olha com os olhos, Deus olha com o coração. E o amor de Deus é o mesmo para cada pessoa, seja qual for a religião. E se é um ateu, é o mesmo amor. Quando chegar o último dia e houver a luz suficiente na terra para poder ver as coisas como são, não faltarão surpresas!” (Fratelli Tutti, § 281)

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

 Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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