NÃO NOS SEPAREMOS DE JESUS!
A imagem é simples e de grande força expressiva. Jesus é a verdadeira
videira, cheia de vida; os discípulos são ramos, que vivem da seiva que lhes
chega de Jesus; o Pai é o agricultor que cuida pessoalmente da vinha para que
dê fruto abundante. A coisa mais
importante é que o seu projeto de um mundo mais humano e feliz para todos vá se
tornando realidade.
A imagem revela onde está o problema. Há ramos secos pelos quais não circula a seiva de Jesus. Discípulos/as
que não dão frutos porque não corre pelas suas veias o Espírito do
Ressuscitado. Comunidades cristãs que definham desligadas da Sua pessoa.
É por isso que se faz uma afirmação carregada de intensidade: «O ramo
não pode dar fruto se não permanecer na videira». A vida dos/as discípulos/as é
estéril se eles/as não permanecem em Jesus. As palavras de Jesus são
categóricas: «Sem mim não podeis fazer nada!» Não está sendo revelada aqui a verdadeira raiz da crise do nosso
cristianismo, o fator interno que fragiliza os seus fundamentos como nenhum
outro?
A forma como muitos cristãos
vivemos nossa religião, sem uma união vital com Jesus Cristo, não sobreviverá
por muito tempo: ficará reduzida a folclore anacrônico, incapaz de trazer a
alguém a Boa Nova do Evangelho. A Igreja não poderá levar a cabo
a sua missão no mundo contemporâneo se aqueles/as que nos apresentamos como
cristãos não nos convertermos em discípulos/as de Jesus, animados/as pelo seu
espírito e a sua paixão por um mundo mais humano.
Ser cristão exige hoje uma experiência vital de Jesus Cristo, um
conhecimento interior da sua pessoa e uma paixão pelo seu projeto que não se
requeriam para ser praticante dentro de uma sociedade de cristandade. Se não aprendemos a viver de um contato
mais imediato e apaixonado com Jesus, a decadência do nosso cristianismo pode
converter-se numa doença mortal.
Os cristãos de hoje vivemos preocupados e distraídos por muitas
questões. Não pode ser de outra forma. Mas não devemos esquecer o essencial.
Todos somos ramos da videira. Só Jesus é a verdadeira videira. O decisivo nestes momentos é permanecer
unidos/as a ele: aplicar toda a nossa atenção ao Evangelho; alimentar nos
nossos grupos, redes, comunidades e paróquias o contato vivo com Ele; não nos
afastarmos do seu projeto.
José Antonio Pagola
Tradução de Antonio Manuel Álvarez Perez
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