Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 373
Dia 30/04/2021 | 4ª Semana da Páscoa | Sexta-feira
Evangelho segundo João (14,1-6)
(1) Coloque-se em atitude de oração
·
Escolha um momento adequado e
tranquilo/a para a meditação
·
Escolha o lugar no qual você se sinta
bem e não seja interrompido
·
Busque uma posição corporal que lhe
ajude a concentrar-se
·
Acenda uma vela, e tome a bíblia em
suas mãos
·
Tome consciência de si mesmo/a e do
momento que vivemos
·
Faça silêncio interior e ative o desejo
de ouvir a Palavra de Deus
·
Prepare-se cantando: “A Palavra está perto de ti...” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=BU9zUi4N3Yc)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de João 14,1-6
· Leia
o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)
· Depois da última ceia e
do lava-pés, Jesus se detém num longo e terno diálogo com seus discípulos, do
qual o texto de hoje faz parte
· Percebendo o
desconcerto e a confusão existencial dos discípulos, como Mestre e Amigo Jesus
faz o possível para confortá-los
· Mas não abre mão do
caminho que o Pai traça para ele, e que é o caminho que os leva à verdade e à
vida: e amor e o serviço aos irmãos
· A confusão de Tomé vem
da sua compreensão fechada de que o termo da caminhada de Jesus será a morte
pura e simples
· O “lar” do Pai é a
intimidade e a comunhão com ele no dinamismo do amor, assim como se mostra nas
ações concretas de Jesus
· O
que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3)
Medite a Palavra de Deus
· Procure
perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Recomponha na memória os gestos as palavras desse diálogo
de Jesus com os seus discípulos no ambiente da última ceia
· Será que também nós perdemos a noção da meta da vida
cristã (a vida plena no amor sem medidas) e, por isso, estamos confusos?
· O que mais nos deixa perplexos e confusos, no atual
momento da Igreja, do Brasil e do mundo? Ou somos indiferentes a tudo?
· O que seria concretamente a “verdade” e a “vida” para
as quais Jesus afirma ser o caminho?
· Cremos em Deus acreditando verdadeiramente em Jesus,
ou projetamos em Jesus nossas surradas ideias sobre Deus?
(4)
Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Reze com o refrão:
Senhor, o que queres que eu faça? Senhor, o que queres de mim? Mostra-me os
teus caminhos! Senhor, o que queres de mim?
(5) Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
(6) Retorne à vida cotidiana
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos,
iluminai-nos e congregai-nos!
· Medite
e reze com canção paulina: “O
Senhor é meu pastor e nada, nada me faltará...” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=7yhNw_Izyp4)
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Apague
a vela e termina seu momento de oração
Algumas pistas sobre João 14,1-6
O texto de hoje está no contexto da ceia e do
lava-pés, e é parte de uma espécie de catequese que desenvolve o significado
desses gestos de Jesus e procura confortar os discípulos. Na verdade, eles
ficam desconcertados e confusos com o ensino e a prática de Jesus, como também
pela percepção que traições se desenhavam entre eles.
Estava claro uma espécie de divórcio entre as
expectativas de sucesso, segurança e libertação política que os discípulos
alimentavam e a proposta de Jesus centrada na reconciliação e na fraternidade,
no serviço gratuito aos mais vulneráveis, na construção do reino de Deus. O
gesto do pão e do vinho, antecipando a sua paixão e morte, e o sinal do
lava-pés, afirmando a igualdade fundamental de todos diante de Deus, chegava a escandaliza-los.
Neste diálogo familiar, Jesus procura consolar
e confortar aqueles que ele ama e que o seguem. E começa afirmando que no “lar”
do Pai, de onde ele vem e para onde ele volta, existe lugar para todos, lugares
que o próprio Jesus prepara. Mas para chegar lá, os discípulos devem levar
Jesus mais a sério. “Acreditem no Pai acreditando em mim”, diz Jesus de modo
imperativo. É assim que poderão ser acolhidos por Jesus na plenitude e
gratuidade do amor que ele vive.
Mas para chegar e habitar na intimidade
familiar com o Pai e experimentar a vida em sua plenitude só há um caminho: o
estilo de vida de Jesus, o caminho do amor sem medida, que relativiza a própria
vida. Vida é a meta, o termo da caminhada. Neste caminho que é Jesus, o/a
discípulo descobre a verdade sobre si mesmo e sobre Deus: nascemos do amor,
vivemos por amor e morremos por amor. O amor e a vida estão no caminho, no
dinamismo de crescimento e amadurecimento.
O caminho, a verdade e a vida é Jesus, e não
esta ou aquela religião, esta ou aquela doutrina. Como discípulos/as, jamais
poderemos relativizar a pessoa e a proposta de Jesus. Cairíamos na mentira, perder-nos-íamos
nas encruzilhadas, cairíamos prisioneiros/as da morte, fora do nosso “lar”.
(Itacir Brassiani msf)
Pensamento do
Papa Francisco
“É possível prestar
atenção à verdade, buscar a verdade que corresponde à nossa realidade profunda?
Para que uma sociedade tenha futuro, é
preciso ter maturado um vivo respeito pela verdade da dignidade humana.
Então abster-se-á de matar alguém, por convicção. É uma verdade irrenunciável
que reconhecemos com a razão e aceitamos com a consciência. Uma sociedade é nobre e respeitável,
nomeadamente porque cultiva a busca da verdade e pelo seu apego às verdades
fundamentais”. (Fratelli Tutti, § 271)
Leitura Orante do Evangelho
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para
fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita
individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de
Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do
Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões
ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à
escuta da Palavra”.
Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a
saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da
simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um
tempo pesado e estéril.
Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja
para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros
textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite
escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a
Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo
nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a
vida do mundo.
Missionários
da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS
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