sexta-feira, 9 de abril de 2021

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 353

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 353

Dia 10/04/2021 | Oitava da Páscoa | Sábado

Evangelho segundo Marcos (16,9-15)

(1)     Coloque-se em atitude de oração  

·        Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·        Escolha o lugar no qual você se sinta bem e não seja interrompido

·        Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·        Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·        Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·        Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·        Prepare-se cantando: Cristo venceu, aleluia! Ressuscitou, Aleluia!(Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=5nQ8crGGZMk)

 

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Marcos 16,9-15

·      Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·      Diversamente daquilo que muitos imaginam, a ressurreição de Jesus não é uma evidência que se impõe, mas uma luta permanente

·      A cena anterior de Marcos (16,1-8) termina dizendo que, apesar da ordem diferente de Jesus, as mulheres se calam sobre a ressurreição

·      Esta cena as reabilita, mas também sublinha a resistência dos apóstolos, que não acreditam nelas nem nos discípulos de Emaús

·      Essa resistência incompreensível chama uma advertência de Jesus, que reprova a cabeça dura e a falta de fé

·      Mas, no fim, mesmo assim, Jesus confia a essa gente de cabeça dura a missão inadiável de anunciar seu Evangelho sem restrições

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)   Medite a Palavra de Deus

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Leia atentamente, sem pressa, palavra por palavra, gesto por gesto, esta cena que envolve discípulas e discípulos

·      Como entender essa resistência que as pessoas mais “confiáveis” e próximas de Jesus resistam tanto em aceitar sua ressurreição?

·      Será que nós também corremos o risco de usar maquiagens para desviar nossa atenção de Jesus crucificado e do chamado a voltar à Galileia?

·      Temos consciência de que a afirmação da ressurreição de Jesus não nos livra da morte, mas não confirma num caminho pleno de riscos?

·      Afinal, ainda preferimos um Jesus que “sobe aos céus” ou um Jesus que é “elevado na cruz”, “desce aos infernos” e nos precede nas “periferias”?

 

(4)   Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·    À luz do testemunho e do anúncio insistente e arriscado das mulheres, o que precisamos mudar em relação a elas em nossas comunidades?

 

(6)   Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração do dia

·    Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e congregai-nos!

·    Medite e reze com canção pascal “Há um barco esquecido na praia” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=JqmT4N22vAU)

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Apague a vela e termina seu momento de oração

Algumas pistas sobre Marcos 16,9-15

Entre o relato de Marcos que lemos na noite da páscoa (16,1-7) e o relato que meditamos hoje (16,9-15), há um versículo problemático (v. 8), propositalmente dispensado pela liturgia pascal: “Saindo, elas (as três Marias), elas fugiram do túmulo, pois estavam tomadas de tremor e espanto. E não contaram nada a ninguém, pois tinham medo...”

O evangelho de Marcos faz questão de não romancear o papel dos primeiros apóstolos, e, originalmente, não tem um final feliz, ao gosto das narrativas imperiais e de Hollywood. A narrativa terminava com uma pergunta envolvente, dirigida aos leitores/as discípulos/as: vocês e aquelas mulheres superaram ou não o medo e recomeçaram o caminho de seguimento de Jesus na Galileia, onde foi à nossa frente?

É uma advertência para não cairmos em leituras maquiladoras e facilitadoras, como: reabilitar a primazia do papel masculino; imaginar Jesus como um profeta poderoso; tirar Jesus da terra e instalá-lo “no alto dos céus”. No evangelho segundo Marcos, Jesus oferece poucas respostas, mais ainda se fazemos as perguntas erradas. Mas, questionando-nos, ele nos chama a tomar posição. Ele nos apresenta apenas Jesus “no alto” da cruz e na frente, esperando-nos na “periferia”.

O epílogo de hoje (v. 9-15) faz parte de um acréscimo, ou de uma releitura do texto original de Marcos. De qualquer modo, as mulheres vão testemunhar o que viram aos apóstolos (que estavam chorando, de luto!), mas, como sempre, eles não deram crédito às mulheres, e nem a dois outros discípulos que diziam tê-lo encontrado no caminho. Mais uma vez, eles merecerão uma dura advertência de Jesus, “por causa da falta de fé e da dureza de coração”, por não terem acreditado nas testemunhas.

E a narrativa termina com um novo mandato missionário: a fé na ressurreição nos leva a recomeçar o caminho do discipulado na periferia da Galileia e nos envia a percorrer o mundo inteiro anunciando o Evangelho do Deus compassivo e crucificado pela humanidade a todos os povos e criaturas.

 (Itacir Brassiani msf)

Pensamento da Fraternidade 2021

Foi ao redor da mesa, quando o estranho partiu o pão e o abençoou, que eles reconheceram que aquele que lhes parecera estranho, na verdade, era Jesus. Somente nesse momento eles creram que a ressurreição anunciada pelas mulheres era verdadeira. Decidem, por isso, voltar de imediato à comunidade de Jerusalém. Com eles, aprendemos que o diálogo com Jesus faz o coração arder. E, se o coração arde em chamas pela Palavra, os pés partem em missão”. (Texto-Base, §§ 17)

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

 Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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