Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 365
Dia 22/04/2021 | 3ª Semana da Páscoa | Quinta-feira
Evangelho segundo João (6,44-51)
(1) Coloque-se em atitude de oração
·
Escolha um momento adequado e
tranquilo/a para a meditação
·
Escolha o lugar no qual você se sinta
bem e não seja interrompido
·
Busque uma posição corporal que lhe
ajude a concentrar-se
·
Acenda uma vela, e tome a bíblia em
suas mãos
·
Tome consciência de si mesmo/a e do
momento que vivemos
·
Faça silêncio interior e ative o desejo
de ouvir a Palavra de Deus
·
Prepare-se cantando: “Escuta, Israel! Javé, teu Deus,
quer falar!” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=i0bKKVkgJ3o)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de João 6,44-51
· Leia
o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)
· Esta é a quarta parte
da catequese de Jesus sobre o verdadeiro alimento, que ele desenvolve depois de
saciar a fome da multidão
· Jesus fala do dinamismo
da fé e do seguimento: o ponto de partida, ou a iniciativa, é de Deus, que nos
atrai a ele, ao sumo bem
· O ser humano participa
com sua disponibilidade livre e sua docilidade; nada sem a liberdade humana,
nada sem a iniciativa de Deus
·
Jesus, o filho de José, é o enviado do Pai, e
é através dele, de sua humana compaixão, que Deus se revela e nos atrai
·
E é em sua humana condição e sua infinita
compaixão que ele é pão que desce do céu e alimenta verdadeiramente nossa fome
de plenitude,
· O
que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3)
Medite a Palavra de Deus
· Procure
perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·
Releia atentamente essa dura e exigente
“catequese” de Jesus, evitando concluir sem mais que ele fala simplesmente da
eucaristia
·
Será que também nós fazemos parte do grupo
dos “judeus”, dos incrédulos que não aceitam a condição e a compaixão humana de
Jesus?
·
Este Jesus, “filho de José”, irmão universal,
amor incondicional e rebeldia profética, é o Deus que nos atrai?
·
Teríamos suficiente sinceridade para dizer
aquilo que, em Jesus, nos escandaliza e desestabiliza?
(4)
Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
·
Contemple Jesus crucificado, expressão mais
radical da sua humanidade, e deixe brotar dos seus lábios a oração que ele
inspira
(5) Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Que aspectos da nossa
ideia de Deus precisam ser mudados, para que Jesus possa ser “pão” que nos
alimenta e “ímã” que nos atrai?
(6) Retorne à vida cotidiana
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos,
iluminai-nos e congregai-nos!
· Medite
e reze com canção paulina: Quem
nos separará do amor de Cristo? (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=AOy0kWK67Nw)
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Apague
a vela e termina seu momento de oração
Algumas
pistas sobre João 6,44-51
Nesta
quarta parte da sua catequese sobre o verdadeiro pão, Jesus enfrenta o
escândalo que suas ações e suas declarações causam nos judeus. Ele volta a se
comparar com o maná com o qual Deus alimento o povo hebreu no seu êxodo, mas
aproveita e aborda também a questão do dinamismo da fé, da sua origem divina e
da qualidade das ações que realiza.
Os
“judeus” aos quais se refere o texto de João não são os moradores de Israel,
mas aqueles que resistem em reconhecer os sinais de Deus e aderir a ele, onde
quer que estejam e qualquer que seja sua nacionalidade. No deserto, os “judeus”
reclamaram do maná, chamando de “alimento nojento” e não o reconheceram como
sinal do amor de Deus. Agora, reclamam de Jesus, “filho de José”, sem nobreza
para ser filho de Deus.
A
busca de Deus, o encontro com ele, e a adesão prática ao seu querer tem um
dinamismo: parte de Deus, que atrai a pessoa a ele; e supõe nossa disponibilidade
e a docilidade. Deus nada faz sem nossa livre adesão, mas pouco ou nada de bom
realizamos se ele não nos atrair. É o que Jesus experimentou como Filho, e nos
revelou. Quem se deixa atrair por Deus precisa reconhecê-lo em sua condição humana,
tal como se manifesta na compaixão humana do “filho de José”.
Desde
sempre, o que Deus mais deseja e faz é encontrar mil formas de vir ao encontro
do ser humano para ajuda-lo ne fazê-lo mais humano. Essa vontade e dinamismo se
torna definitivo e insuperável em Jesus Cristo. Mas os “judeus” ou incrédulos de
todos os tempos queremos dissocia-lo da humanidade de Jesus e afastá-lo da
condição humana. Essa falta de fé atesta que não conhecemos (não “vimos”) a
Deus.
A
aceitação da condição humana radicalmente assumida por Jesus é o único caminho
que pode nos conduzir à vida. Ele, o filho de José, aquele que acolhe pecadores
e proscritos, aquele cuja compaixão é sempre viva e ativa, é pão que sacia
nossa fome de plenitude e plenifica a vida. Sem esse reconhecimento e aceitação
dessa “carne” de Jesus, a vida continua estreita, limitada, precária, “severina”.
(Itacir Brassiani msf)
Pensamento do
Papa Francisco
“Há duas situações
extremas que podem chegar a
apresentar-se como soluções em circunstâncias particularmente dramáticas,
sem se dar conta que são respostas
falsas, não resolvem os problemas que pretendem superar e, em última
análise, nada mais fazem que acrescentar novos fatores de destruição no tecido
da sociedade nacional e mundial. Trata-se
da guerra e da pena de morte”. (Fratelli Tutti,
§ 255)
Leitura Orante do Evangelho
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para
fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita
individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de
Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do
Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões
ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à
escuta da Palavra”.
Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a
saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da
simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um
tempo pesado e estéril.
Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja
para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros
textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite
escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a
Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo
nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a
vida do mundo.
Missionários
da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS
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