Ano C Roteiro de
Leitura Orante do Evangelho Nº 822
Dia 23/07/2022 | XVI
Semana do Tempo Comum | Sábado
Evangelho segundo
Mateus (13,24-30)
(1) Coloque-se em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a meditação
· Escolha
o lugar no qual você não seja interrompido/a
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela, e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se
cantando: “O Senhor vai acendendo luzes...” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=lWUng2ouMHc)
(2) Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Mateus 13,24-30
· Leia
o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)
· Mateus reúne do
capítulo 13 do seu evangelho várias parábolas que ajudam a entender o mistério
e o dinamismo do Reino de Deus
· Com o recurso das
parábolas, deseja quebrar a resistência e a oposição das elites à novidade
inaugurada pelo Reino de Deus
· Somos sempre rondados
pela tentação de separar as pessoas que julgamos boas das pessoas que rotulamos
como más
· Também os discípulos de
Jesus, em vez de se preocuparem em ser sal, fermento e luz no mundo, sonham em
se separar dos “imundos”
· Não podemos ceder à
tentadora visão de um mundo “totalmente dominado” nem na ilusão de um mundo
plenamente purificado
· O
que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?
(3) Medite a Palavra de Deus
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu
sentido nesse momento da vida?
· Você se comporta como
os agricultores, que pretendem separar o joio do trigo, com o risco de ser
confundido pelas aparências?
· Procure ler e entender
esta parábola do Reino relacionando-a com as parábolas do fermento e da semente
de mostarda
· O que Jesus quer nos
ensinar com a parábola do trigo e do joio? Será a passividade diante do mal?
· Em que medida somos
iludidos pelo sonho de uma Igreja e um mundo sem ambiguidades, descanso para
quem desistiu de lutar?
· Como evitar o engano de
pensar que o tempo da colheita chegou, e colocarmo-nos como colhedores e não
como trigo?
· Se achar oportuno e for possível, leia as
“pistas” (página 3)
(4) Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus
· Coloque-se diante do
Senhor como de um espelho, e peça a graça de perceber suas próprias
ambiguidades e ambivalências
(5) Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
(6) Retorne à vida cotidiana
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria
· Recite
a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas
belas lições”
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Medite assistindo um clip tailandês sobre a
compaixão (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=mByZJkSQBbU)
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Feche
a bíblia, apague a vela e conclua seu momento de oração
Breves notas sobre Mateus 13,24-30
Ao lado da parábola do semeador, a parábola do
trigo e do joio é uma das mais conhecidas dos leitores/as. E, para não
resvalarmos para uma interpretação parcial e arbitrária do dinamismo do Reino
de Deus, precisamos ler conjuntamente todas as parábolas do Reino. Mas cada uma
delas tem seu conflito subjacente e seu foco.
Depois de termos meditado a parábola do semeador e
uma das suas possíveis interpretações, hoje somos colocados/as diante de uma
nova parábola. Qual seria o conflito ou a preocupação que subjaz à parábola do
trigo e do joio? A quais questionamentos ela se propõe a responder? No contexto
literário é difícil perceber, pois, no capítulo 13, Mateus agrupa um conjunto
de diferentes parábolas, como se fosse um livreto separado.
A ambiguidade dos pensamentos e sentimentos, nossos
e dos outros, nos atordoam. É difícil aceitar a ambivalência dos
acontecimentos, instituições e estruturas. Por que as coisas e pessoas não são
mais simples, transparentes e coerentes? Até a Igreja, comunidade dos
discípulos/as de Jesus, que nasceu para ser sinal eloquente e unívoco de Jesus
e do Reino de Deus, tem suas contradições e sombras que colaboram para desbotar
as cores vivas do Reino.
Parece-me que é este conjunto de questões, que nos
rondam ontem e hoje, que a parábola do trigo e do joio quer iluminar. Assim
como Deus viu que as criaturas que brotaram de suas generosas mãos de artista
são belas e boas, também a semente do Reino de Deus espalhada pelos cristãos
nos diversos terrenos da missão são boas e fecundas. Mas a história e o tempo
continuam sendo o terreno das imperfeições e do crescimento.
Não adianta lamentar, nem é possível separar e
excluir as pessoas que taxamos como maldosas ou menos boas enquanto estamos a
caminho. Se é pelos frutos (que quase sempre chegam no final da vida das
plantas), e não pelas folhas e pelas aparências, que conhecemos as árvores, é
também pelas ações que realizamos (e não pelas fotos e pelas falas) que
demonstramos quem somos e conheceremos os outros. Aqui nada é puro, nada é
perfeito.
(Itacir Brassiani msf)
O valor da
formação litúrgica
“Há apenas um ato de adoração, perfeito e
agradável ao Pai; ou seja, a obediência do Filho, cuja medida é sua morte na
cruz. A única possibilidade de poder
participar de sua oferta é tornar-se “filhos no Filho”. Este é o presente que
recebemos. O sujeito que atua na Liturgia é sempre e somente Cristo-Igreja,
o Corpo místico de Cristo” (Papa
Francisco, Carta apostólica Desiderio
desideravi, § 15).
Leitura
Orante do Evangelho
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para
fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita
individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de
Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do
Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões
ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à
escuta da Palavra”.
Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a
saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da
simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um
tempo pesado e estéril.
Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja
para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros
textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite
escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um
terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons
e abundantes frutos para a vida do mundo.
Missionários
da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS
(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)
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