Ano C Roteiro de
Leitura Orante do Evangelho Nº 809
Dia 10/07/2022 | XV
Semana do Tempo Comum |Domingo
Evangelho segundo
Lucas (10,25-37)
(1) Coloque-se em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a meditação
· Escolha
o lugar no qual você não seja interrompido/a
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela, e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se ouvindo ou cantando: Eu vim para
escutar tua Palavra (https://www.youtube.com/watch?v=SCJxnuDsS_A)
(2) Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Lucas 10,25-37
· Leia
o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)
· Depois de corrigir o entusiasmo infantil dos seus
discípulos/as missionários, Jesus é procurado por um doutor da lei
· Ele pergunta a Jesus o que deve fazer para merecer
a vida eterna, mas, por trás, está a pergunta sobre quem é o próximo
· Jesus não discute, e responde com uma parábola, no
final da qual inverte a pergunta e interroga sobre o sujeito do amor
· Com isso, Jesus não oferece uma nova lei, melhor
que as antigas, mas uma nova perspectiva para viver o amor
· O
que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?
(3) Medite a Palavra de Deus
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu
sentido nesse momento da vida?
· Releia atentamente o texto, observando a astúcia do
escriba e a sabedoria de Jesus
· Visualize a cena da parábola e participe dela,
lembrando que os samaritanos eram desprezados e os sacerdotes idealizados
· Será que nós também não nos distraímos e
dispensamos do amor ao próximo em discussões estéreis sobre quem são eles?
· Em que medida nós e nossas comunidades não deixamos
de lado a compaixão para priorizar as leis e o culto?
· Se achar oportuno e for possível, leia as
“pistas” (página 3)
(4) Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus
·
Agradeça ao Pai por nos ter
enviado Jesus, o Divino que se fez próximo e humano de todas as pessoas caídas
e abandonadas
·
Peça a graça de não cair na
tentação do sacerdote e do levita, buscando justificativas para se descuidar de
quem precisa de você
(5) Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Hoje vamos dar menos
tempo à oração e realizar um gesto de aproximação generosa e solidária com
alguém que precisa de nós
(6) Retorne à vida cotidiana
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria
· Recite
a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas
belas lições”
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Ouça
e cante o refrão: “Não dá pra fazer de conta...” (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=KUk_EU7SIOk)
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Apague
a vela e termina seu momento de oração
Breves notas sobre Lucas 10,25-37
Por trás da pergunta do mestre da lei
sobre como ganhar a vida eterna está a ideia de salvação. E a discussão que
perpassa os evangelhos é sobre o caminho mais direto e seguro para salvação:
seria a submissão à lei, como ensinavam os escribas e fariseus, ou haveria
outro caminho?
Para Jesus, o caminho da salvação não
passa pelo cumprimento escrupuloso da lei mas pela compaixão para com todas
vítimas e sofredores, mediante ações concretas de solidariedade. Na vida de
Jesus, e na vida de quem o segue, não há lugar para a indiferença diante do
sofrimento humano. Para ele, o amor pleno a Deus se concretiza na ação impostergável
e generosa, sem agenda, em benefício das pessoas necessitadas.
Esta é a reposta de Jesus à pergunta
do doutor da lei. A pergunta do homem da lei esconde a verdadeira discussão
sobre, que é sobre quem é o nosso próximo. Jesus não acrescenta mais uma norma
ao monte de leis que existiam, mas estabelece uma perspectiva nova e exigente:
a aproximação e o socorro a quem mais necessita. Ressoam aqui as perguntas
sobre “onde está o meu irmão?” e “o que eu tenho a ver com ele?” Quem repete
estas perguntas e não toma uma atitude concreta perdeu o rumo e o ritmo da vida
cristã.
Para Jesus, a solidariedade concreta
e desinteressada substituiu e vale mais que culto e a lei. E o samaritano –
considerado herético, bastardo e impuro pelos judeus – está mais próximo de
Deus que o sacerdote e o levita, porque se aproxima da pessoa ferida e é capaz
de ser compassivo, enquanto que o sacerdote e o levita, obcecados pelas leis e
pelo templo, se afastam dela e se mostram indiferentes.
Jesus inverte a pergunta do escriba e
pergunta pelo sujeito e não pelo objeto do amor. Com a parábola Jesus não quer
apresentar apenas um belo exemplo, mas abrir uma nova perspectiva. O amor
concreto é solicitado, definido e na nossa resposta à pessoa necessitada, que
pode ser até inimiga. O amor nos faz livres e criativos! O paradoxo é que o
protótipo do amor salvífico é a pessoa mais desprezada, e o doutor da lei deve
imitá-lo.
(Itacir Brassiani msf)
Solicitude pela
realidade social
“A solidariedade ajuda-nos a ver o «outro» — pessoa, povo ou nação — não como
um instrumento qualquer, de quem se explora a
capacidade de trabalho e a resistência física, para o abandonar quando já não
serve; mas sim, como um nosso «semelhante», um «auxílio», que se há de tornar
participante, como nós, no banquete da vida, para o qual todos os
homens são igualmente convidados por Deus. Daqui a importância de despertar
a consciência religiosa dos
homens e dos povos” (João Paulo II, Sollicitudo rei
socialis, § 39).
Leitura
Orante do Evangelho
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para
fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita
individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de
Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do
Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões
ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à
escuta da Palavra”.
Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a
saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da
simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um
tempo pesado e estéril.
Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja
para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros
textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite
escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um
terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons
e abundantes frutos para a vida do mundo.
Missionários
da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS
Nenhum comentário:
Postar um comentário