Ano C | Tempo Comum | 22º Domingo
MEU LUGAR NO MUNDO
A imagem do convite ao
banquete que aparece na parábola nos convida a refletir sobre qual é nosso
lugar nos ambientes nos quais nos movemos. Qual é meu lugar e meu papel na
família, na comunidade cristã, no espalho onde trabalho ou estudo, nos meus
círculos de amizade, na vizinhança, na sociedade na qual vivo hoje? E desde
ali, do espaço no qual desenvolvo minha vida, com que atitude o faço? O
Evangelho fala basicamente de dois lugares: o orgulho ou a humildade;
imaginar-se mais que os demais ou aceitar com simplicidade e alegria o que sou,
o que tenho, o que Deus me concedeu. A humildade não consiste em encolher-se ou
menosprezar-se, mas em ser o que somos, com nossas virtudes e defeitos, nossas
carências e valores, nossas debilidades e nossas grandezas. “Coloque-se em seu
lugar”, nos diz Jesus! Aquele lugar a partir do qual você pode realizar a
vocação à qual você é chamado.
A GRANDEZA DO PEQUENO
Todos
queremos triunfar na vida. Desde a mais tenra idade, e por todos os lados, nos
impõem o afã da superação. Isso é positivo, desde que não seja às custas dos
demais. A atitude comparativa (ser mais ou menos que os/as outros/as) faz com
que desejemos nos diferenciar dos outros para buscar grandeza, colocar-se
acima, ser reconhecidos/as, adquirir prestígio, ser mais importantes. Hoje
somos convidados/as a perceber o quanto existe em nós de orgulho, soberba,
protagonismo, autossuficiência. Somos chamados/as a rever o quanto nos atrai o
espetacular, o grandioso, o chamativo, e que valor damos aos pequenos gestos, à
doação humilde e discreta, à generosidade vivida com simplicidade, à
constância. Em que e para que desejo superar-me? Às custas de quem? Preciso buscar
sempre ser o/ primeiro/a? Que consequências tem a busca obsessiva da excelência
e da competência? O que minhas atitudes destacam mais: a humildade ou o desejo
de ser o/a primeiro/a?
O VALOR DA GRATUIDADE
A
última pare do evangelho nos chama a refletir sobre nossa generosidade. Pede
que revisemos nossas intenções. O que buscamos quando doamos algo (tempo,
carinho, atenção, bens)? A quem convidamos para o banquete da nossa vida? De
que tipo de pessoas gostamos de estar cercados/as? Por que convidamos a uns e
não a outros? Que critérios temos para selecionar nossos/as convidados/as? Como
nos situamos diante das outras pessoas? O que nos move a favorecer a uns e não
a outros/as? Que lugar ocupam em nossa vida a gratuidade, a doação sem espera
de retorno? Podemos fazer um momento de reflexão para dar-nos conta de
experiências de gratuidade que vemos ao nosso redor ou que nós mesmos/as
fizemos em algum momento. Podemos pensar num pequeno gesto gratuito que podemos
realizar em nossa família, em nosso ambiente de trabalho, em nossa comunidade,
com algum/a amigo/a, com alguma pessoa necessitada.
PRECE
Tu me convidas, Senhor, ao banquete do teu
Reino, e pedes que eu aprenda a encontrar nele o meu lugar, seguindo tuas
propostas, aceitando teus critérios, vivendo a humildade, sem querer ser sempre
o primeiro, reconhecendo-me necessitado, sem considerar-me perfeito, entregando
com generosidade o que há de bom em mim, sem buscar recompensas nem presumir
méritos, sem buscar favores para lucrar proveito. Tu me convidas, Senhor, a
valorizar o que é pequeno, o que se faz com simplicidade, com profundidade e
respeito, o que me leva a sensibilizar-me com ternura e afeto e deixar de lado
discriminações e desprezos. Tu me convidas, Senhor, ao banquete do teu Reino, e
eu quero responder com alegria e reconhecimento. Amém!
Pe. Fernando López Fernández msf | Tradução: Pe. Itacir
Brassiani msf
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