terça-feira, 2 de agosto de 2022

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 833

Ano C Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 833

Dia 03/08/2022 | XVIII Semana do Tempo Comum | Quarta-feira

Evangelho segundo Mateus (15,21-28)

(1) Coloque-se em atitude de oração  

·    Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·    Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

·    Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·    Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·    Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

·    Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·    Prepare-se cantando: A Palavra de Deus, ouvida, é a verdade que nos liberta; que nos chama à nova vida...” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=mb6XIsXI2Bk)

 

(2) Leia o texto da Palavra de Deus

·    Leia com toda a atenção o texto de Mateus 15,21-28

·    Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·    Jesus e seus discípulos deixam o território dos judeus e desembarca em terras estrangeiras, naquele tempo chamadas de pagãs

·    Eles experimentam atravessar as fronteiras nacionais, étnicas, culturais e religiosas traçadas pela tradição judaica

·    A região na qual se encontram tem uma história de resistência ao judaísmo, e os cananeus são tratados como povo amaldiçoado

·    Jesus é procurado por uma mulher desamparada, que intercede por sua filha, atormentada psiquicamente (possuída pelo diabo)

·    Jesus passa da indiferença à afirmação da prioridade do povo ao qual pertence, das “ovelhas perdidas de Israel”

·    A mulher não se intimida, questiona a ideologia da supremacia dos judeus e reinterpreta a própria afirmação de Jesus

·    O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3) Medite a Palavra de Deus

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

·    Participe da cena: o desembarque de Jesus, os gritos da mulher, a indiferença de Jesus, a insistência da mulher e a reação de Jesus

·    Será que também nossa Igreja ainda prioriza setores privilegiados e descarta pessoas e grupos por preconceitos diversos?

·    Somos capazes de reconhecer na luta perseverante e até raivosa de algumas pessoas e grupos sinais de fé aguerrida? 

·    Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4) Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

·    Repita, como súplica que brota da vida do povo: Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim! Jesus, filho de Davi, tem piedade do teu povo!

 

(5) Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·    O que podemos fazer para tomar consciência dos nossos preconceitos e ultrapassar as fronteiras que nos separam?

 

(6) Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·    Recite a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas belas lições”

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Medite cantando “Deus seja louvado no pão partilhado” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=_qIZK85mrGQ)

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Feche a bíblia, apague a vela e conclua seu momento de oração

 

Breves notas sobre Mateus 15,21-28

O texto proposto para hoje omite a explicação que Jesus oferece aos discípulos que o interrogam sobre o sentido da parábola com a qual fala daquilo que realmente torna a pessoa impura (v. 15-20). Depois da dura crítica aos mestres da leis e fariseus, e da instrução incisiva ao povo e aos discípulos, Jesus, mais uma vez, desembarca, com seus discípulos, em pleno território pagão.

Ali Jesus é procurado por uma mulher desprezada e marginalizada por ser pagã, por ser mulher, por ser estrangeira e por ser mãe solteira, viúva ou abandonada pelo marido (pois não há referência a irmãos e a marido). Ela faz parte de um povo que a tradição judaica trata como amaldiçoado por Deus, mas pede a ajuda de Jesus em favor de sua filha psiquicamente perturbada. É a primeira mulher a falar no evangelho de Mateus!

Inicialmente, mesmo sendo invocado como filho de Davi, o defensor ideal dos indefesos, Jesus não se importa com o grito da mulher por socorro, e a trata no horizonte da ideologia da supremacia dos judeus sobre os demais povos. Jesus dá a entender que foi enviado prioritariamente aos judeus!

Os discípulos querem se livrar da mulher, mas ela não desiste, e questiona a ideologia do privilégio de Israel diante de Deus e da supremacia diante dos demais povos! Então Jesus se dirige diretamente a ela, mas para reforçar a prioridade do seu povo sobre os pagãos. E a mulher, que surge na cena como uma pessoa frágil e necessitada, manifesta explicitamente sua fé, se aventura como teóloga, e reinterpreta a afirmação excludente de Jesus.

Jesus acaba reconhecendo na luta persistente daquela mulher contra a exclusão étnica e religiosa uma clara manifestação de fé. Esta fé produz frutos, e sua necessidade é atendida. A mulher, que apareceu tímida mas confiante, atreve-se a desobedecer as repreensões dos discípulos e até a discutir com Jesus. Exemplo de uma espantosa consciência da própria dignidade. Acolhamos agradecidos/as o testemunho inquieto das mulheres numa Igreja de ministros masculinos.

 (Itacir Brassiani msf)

 

O valor da formação litúrgica

Era e é necessário encontrar os canais para uma formação que é o estudo da Liturgia. Desde o início do movimento litúrgico muito se fez neste sentido, com preciosas contribuições de estudiosos e instituições acadêmicas. No entanto, é importante agora difundir este conhecimento para além do ambiente acadêmico, de forma acessível, para que cada fiel cresça no conhecimento do sentido teológico da Liturgia. Esta é a questão decisiva e fundamenta todo tipo de entendimento e toda prática litúrgica(Papa Francisco, Carta apostólica Desiderio desideravi, § 35).

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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