Como
Maria, acolhamos a Palavra do Senhor, no cuidado aos que mais necessitam.
Celebramos hoje a Solenidade da
Assunção de Nossa Senhora e, associada a ela a Igreja no Brasil também celebra
a Vida Religiosa Consagrada.
Lucas narra para nós hoje o encontro/ a
visitação de Maria a Isabel. Não é qualquer encontro, é o encontro de duas
mães, dois meninos e também do Antigo com o Novo Testamento; e ainda mais,
temos aqui o encontro entre o divino com o humano. Vamos olhar com carinho as
ações desse encontro, que tem a ver, ou seja, há um paralelo entre a vida de
Jesus e também a nossa, pois, nos ensina muito de como podemos acolher a
Palavra de Deus.
Maria realiza uma visita na perspectiva
do cuidado para com a sua prima Isabel. Nessa mesma perspectiva é a
presença de Jesus na humanidade, Ele tem um olhar de cuidado para
conosco. Outro ponto, é Maria que toma a iniciativa, como também é
sempre Deus a tomar a iniciativa com a humanidade. Somos nós provocados
já no início do Evangelho assim como Maria a tomarmos a iniciativa para
com o cuidado a aqueles que sabemos que mesmo dentro de nossas
limitações podemos contribuir em suas vidas, em fazer o bem.
Com a saudação de Maria, Isabel se enche
do Espirito Santo, lembramos do que acontece em Pentecostes e com todos
aqueles que são beneficiados por Deus, nos enchemos do Espirito Santo.
Cheia do Espirito de Deus, Isabel reconhece a presença de Deus e bendiz a Maria
e ao menino Jesus, também nós hoje reconheçamos nos gestos de cuidado a
presença de Deus e em pulos de alegria proclamamos que Ele é o Senhor. O
cuidado é uma característica forte de Deus, e que tem haver também com a nossa
caminhada progressiva rumo ao Seu Reino, e assim, nós Religiosos e Religiosas
somos vocacionados e vocacionadas ao cuidado através dos conselhos
evangélicos (sinal da Civilização do Amor) manifestados em nosso apostolado e
assumindo fielmente o carisma de nossas congregações. Somos chamados a
experiência do cuidado e nessa relação a bendizermos a Deus.
Isabel anuncia Maria como feliz/
bem-aventurada por acreditar e acolher em seu interior o Verbo/ a Palavra de
Deus, que vem cumprir a sua promessa de salvação. Nos perguntemos: Nós
Religiosos e Religiosas temos acolhido essa Palavra para que a salvação
aconteça, para quem sabe sermos bem-aventurados?
O encontro gera em Maria, a mãe de
Nosso Senhor, o Magnificat. Inspirado do Cântico de Ana (1Sm 2),
apresenta belamente um resumo do Antigo Testamento e da história da salvação,
faz memória das maravilhas que Deus fez dentro da história da humanidade; com
amor e misericórdia, em favor dos pobres e marginalizados/humilhados, memoria
essa que é sinal de esperança, Ele fez e continuará realizando ações salvíficas
em favor da humanidade.
Maria cuida de Isabel por 3 meses e
depois volta para casa. Jesus prega por 3 anos e depois volta para a Casa do
Pai. Nós anunciamos o Senhor e depois o Senhor nos acolherá no seu braço forte.
Podemos, aqui, ter um olhar escatológico desse trecho do evangelho. E, nesse
viés escatológico podemos refletir a Solenidade da Assunção de Maria,
que está ligada a Ressurreição de Cristo. Maria é o símbolo da humanidade
agraciada, ela é assumida por Deus, escreve Paulo: “Cristo ressuscitou dos
mortos como primícias dos que morreram… como em Adão todos morrem, assim também
em Cristo todos reviverão”, Maria é a agraciada, a rainha vestida de sol e
esplendente de ouro de Ofir, que pelo Senhor foi assunta/levantada e assumida
inteiramente pelo Pai, experiência essa que nos abre a possibilidade do nosso
acesso para também participar da Gloria de Deus. E, Maria como modelo de
discípula (que escuta e acolhe a Palavra) e missionária (que anuncia e pratica
a Palavra) provoca em nós o compromisso de escutar e viver a Palavra de Deus,
para que não haja o domínio do Dragão, símbolo de tudo que fere a humanidade em
sua dignidade.
Maria, mãe do meu Senhor, alimenta em
nós a esperança da salvação pois, Deus age em nossa história e sempre cumpre a
sua promessa. E por isso, irmãos e irmãs: “como Maria, acolhamos a Palavra
do Senhor, no cuidado aos que mais necessitam”.
Fr.
Wesley Araujo dos Santos, MSF
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