quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Quem crê num Deus que é Pai nunca desiste de confiar

Quem crê num Deus que é Pai nunca desiste de confiar e de buscar | 498 | 10.10.2024 | Lucas 11,5-13

Ontem escutamos e refletimos sobre a oração do Pai-Nosso, que Jesus ensinou a pedido dos discípulos. Mais que propor um texto de oração, Jesus abre aos discípulos e discípulas um horizonte, e os convida a uma atitude de abertura à vontade e ao Reino de Deus, de confiança absoluta no Pai e Deus do Reino e de reconciliação fraterna. Não se trata de pedir coisas, mas de contar com uma presença amorosa, que cuida, fortalece e orienta.

O trecho que meditamos hoje vem depois do ensino do Pai-Nosso, e reforça a atitude de proximidade, amizade e confiança em Deus como base indispensável da oração cristã. Mais que uma obrigação, a oração é um “espaço pedagógico” que nos ajuda a crescer no conhecimento e na fidelidade à vontade de Deus. Exercitando a oração, o cristão capta e experimenta a bondade e a benevolência de Deus. A oração é abertura ao Reino de Deus, e não um modo de convencer Deus a fazer a nossa vontade.

O texto de hoje é uma espécie de comentário à oração ensinada por Jesus, e sublinha que oração é essencialmente uma relação confiante e amistosa de Jesus e dos seus discípulos e discípulas com Deus, que é Pai. Esta relação amorosa e confiante é ilustrada por Jesus mediante duas comparações muito concretas e conhecidas: a relação entre vizinhos; a relação entre pai e filho.

Para os povos do Oriente, a hospitalidade é sagrada, um dever básico das relações humanas, tanto entre conhecidos como em relação a estrangeiros e desconhecidos. É por isso que, mesmo à noite, o vizinho socorre seu amigo que bate à sua porta: para que ele não falte em relação a esse dever sagrado para com a visita inesperada. Assim é Deus: ele não deixa de atender as necessidades de quem se dirige a ele, ele jamais deixa um amigo “na mão”.

A segunda metáfora vem do contexto da relação entre pais e filhos. Um pai, mesmo que não seja um modelo de bondade, socorre os filhos em suas necessidades, e faz de tudo para que não lhes falte o necessário, mesmo que nem sempre lhes dê o que desejam. Ninguém, muito menos um pai ou uma mãe, dá cobra ou escorpião quando o filho ou a filha pede peixe ou ovo! Assim, Deus não nega o Espírito Santo àqueles que o pedem. Daí o estímulo a pedir com confiança, mas também buscar, lutar incessantemente, e não por questões de pequena monta: buscar o Reino de Deus, a santificação do nome de Deus, a superação dos males e tentações.

 

Meditação:

·    Releia atentamente o texto, ligando-o com a oração de Jesus e prestando atenção às duas comparações

·    Qual é sua atitude ao rezar: desejo de dobrar Deus à sua vontade, fé mecânica e mágica num milagre, ou confiança e abertura ao Reino de Deus?

·    O que poderíamos fazer para ajudar as pessoas e comunidades cristãs a rezar abrindo-se com confiança a Deus e sua vontade?

2 comentários:

Anônimo disse...

Acredito com muita fé o quanto Deus é misericordioso para cada um de nós. Gratidão

Anônimo disse...

Estou convencida que, é através da oração que sentimos a presença constante de Deus que cuida, orienta e ilumina . E experimentamos um sentimento maravilhoso.