Quem crê num
Deus que é Pai nunca desiste de confiar e de buscar | 498 | 10.10.2024 | Lucas 11,5-13
Ontem escutamos e refletimos sobre a oração do
Pai-Nosso, que Jesus ensinou a pedido dos discípulos. Mais que propor um texto
de oração, Jesus abre aos discípulos e discípulas um horizonte, e os convida a
uma atitude de abertura à vontade e ao Reino de Deus, de confiança absoluta no
Pai e Deus do Reino e de reconciliação fraterna. Não se trata de pedir coisas,
mas de contar com uma presença amorosa, que cuida, fortalece e orienta.
O trecho que meditamos hoje vem depois do ensino do Pai-Nosso, e reforça
a atitude de proximidade, amizade e confiança em Deus como base indispensável
da oração cristã. Mais que uma obrigação, a oração é um “espaço pedagógico” que
nos ajuda a crescer no conhecimento e na fidelidade à vontade de Deus.
Exercitando a oração, o cristão capta e experimenta a bondade e a benevolência
de Deus. A oração é abertura ao Reino de Deus, e não um modo de convencer Deus a
fazer a nossa vontade.
O texto de hoje é uma espécie de comentário à oração ensinada por Jesus,
e sublinha que oração é essencialmente uma relação confiante e amistosa de
Jesus e dos seus discípulos e discípulas com Deus, que é Pai. Esta relação
amorosa e confiante é ilustrada por Jesus mediante duas comparações muito
concretas e conhecidas: a relação entre vizinhos; a relação entre pai e filho.
Para os povos do Oriente, a hospitalidade é sagrada, um dever básico das
relações humanas, tanto entre conhecidos como em relação a estrangeiros e
desconhecidos. É por isso que, mesmo à noite, o vizinho socorre seu amigo que
bate à sua porta: para que ele não falte em relação a esse dever sagrado para
com a visita inesperada. Assim é Deus: ele não deixa de atender as necessidades
de quem se dirige a ele, ele jamais deixa um amigo “na mão”.
A segunda metáfora vem do contexto da relação entre
pais e filhos. Um pai, mesmo que não seja um modelo de bondade, socorre os
filhos em suas necessidades, e faz de tudo para que não lhes falte o
necessário, mesmo que nem sempre lhes dê o que desejam. Ninguém, muito menos um
pai ou uma mãe, dá cobra ou escorpião quando o filho ou a filha pede peixe ou
ovo! Assim, Deus não nega o Espírito Santo àqueles que o pedem. Daí o estímulo
a pedir com confiança, mas também buscar, lutar incessantemente, e não por
questões de pequena monta: buscar o Reino de Deus, a santificação do nome de
Deus, a superação dos males e tentações.
Meditação:
· Releia
atentamente o texto, ligando-o com a oração de Jesus e prestando atenção às
duas comparações
· Qual
é sua atitude ao rezar: desejo de dobrar Deus à sua vontade, fé mecânica e
mágica num milagre, ou confiança e abertura ao Reino de Deus?
· O
que poderíamos fazer para ajudar as pessoas e comunidades cristãs a rezar
abrindo-se com confiança a Deus e sua vontade?
2 comentários:
Acredito com muita fé o quanto Deus é misericordioso para cada um de nós. Gratidão
Estou convencida que, é através da oração que sentimos a presença constante de Deus que cuida, orienta e ilumina . E experimentamos um sentimento maravilhoso.
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