domingo, 13 de outubro de 2024

Estejamos abertos às surpresas de Deus

Estejamos abertos às surpresas libertadoras de Deus em nossa vida | 502 | 14.10.2024 | Lucas 11,29-32

A missão de Jesus provocava controvérsias. Seus opositores, em nome da religião oficial, diziam que, para curar doentes e possessos, ele fazia aliança com a Diabo. Jesus se defendia recorrendo a parábolas. Em meio a isso, alguém elogiou sua mãe por ter trazido ao mundo alguém tão especial, e Jesus reagiu afirmando que a verdadeira honra pertence a quem ouvem e praticam a Palavra de Deus.

Diante rejeição e do fechamento de alguns, especialmente dos líderes religiosos, à Boa Notícia do Reino de Deus, e diante do insistente pedido deles para que apresentasse suas credenciais de enviado de Deus realizando sinais capazes de impressionar, Jesus declara: “Esta geração é uma geração perversa”. E se recusa a transformar o Reino de Deus em espetáculo operando sinais grandiosos que provocassem medo e aumentassem seu poder.

Jesus diz que o sinal do profeta Jonas continua em vigor, e vale para seus interlocutores: um apelo forte e inequívoco à mudança de atitudes e interesses, voltando-se de coração a Deus e sua vontade e servindo ao próximo e suas necessidades. E mais ainda: Jesus se apresenta ele mesmo como sinal, e suas ações como credenciais, de modo que aqueles que não reconhecem na sua compaixão pelos vulneráveis o sinal da ação de Deus estão fechando os olhos e dando as costas a Deus.

Numa postura claramente provocativa, Jesus afirma que os piedosos judeus que o rejeitam são piores que os pagãos que eles tanto desprezam. Enquanto uma rainha pagã foi capaz de reconhecer a sabedoria de Salomão, e enquanto o povo pagão de Nínive aceitou a pregação de Jonas, em nome de uma imagem de Deus que eles mesmos criaram, eles desprezam o Filho do Homem, que é maior que Salomão e que Jonas. Jesus transforma os pagãos em mestres dos judeus!

Precisamos também nós aprender que prefere manifestar-se de modo discreto, com sinais pequenos, mas eloquentes, e até na contramão das avenidas iluminadas e mais transitadas: na compaixão pelos pequenos, na doação de si mesmo num amor incondicional e sem medidas, na comunhão com os últimos, na acolhida e no perdão aos pecadores, na morte na cruz. Não é um milagre de Deus que desperta a fé e provoca nossa conversão, pois a fé e a conversão sempre precedem o milagre.

 

Meditação:

§  Será que estamos sendo capazes de acolher e valorizar os gestos e iniciativas humanitárias de gente de outros grupos e religiões?

§  Poderíamos afirmar sem medo de errar que temos levado sempre a sério a nossa conversão ao Evangelho do Reino de Deus?

§  Somos capazes de identificar na compaixão transformadora e amorosa de Jesus o sinal mais eloquente de sua divindade?

§  Ou ainda somos tentados a pedir e esperar sinais espetaculares de Deus para mudar as coisas que estão ruins?

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