Palavras sinceras: oxalá estas ressoem
sempre em nossos ouvidos, como canto suave, e em nossos lábios, como estímulo,
confirmação e correção! Assim as palavras do velho Jacó ao abençoar seus filhos
e dirigir-se a Judá: deste surgiria o líder esperado, o ungido de Deus para
defender e assegurar a liberdade dos povos. Assim as palavras de Mateus, no seu
prólogo: o Messias, Ungido e Filho de Deus lança suas raízes na humanidade
profunda, assume em sua genealogia a história de homens nem sempre respeitáveis.
A memória profética de Mateus ressalta e valoriza os vínculos do Messias
vínculos com mulheres absolutamente desprezadas pela história feita e escrita
com caráteres exclusivamente masculinos. Tamar, Raab, Rute e a mulher tomada de
Urias por Davi, explicitamente citadas na “carteira de identidade de Jesus”,
são a voz e o rosto de todas as mulheres proscritas, apagadas, dominadas,tornadas
invisíveis na história da humanidade e da Igreja. Nelas, e em Maria, está viva
a memória daquelas que não queremos ver nem ouvir. Palavras sinceras... “Jacó
gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo.” Em
Maria quebra-se o refrão monotônico da supremacia do macho que se considera
indispensável. Em Maria, Deus prefere contar com aquelas que não contam,
derruba os orgulhosos e prepotentes e torna imprescindíveis os pobres e
intocáveis. Palavras mais que sinceras, palavra de Deus!... (Itacir Brassiani msf)
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