No caminho que nos leva ao encontro do Senhor que vem, acolhemos hoje a
companhia de São Francisco Xavier, o maior missionário católico da era moderna.
Mais que muitos, ele descobriu que nos tornamos humanos e cristãos vivendo
cotidianamente o Evangelho que nos põe em rota de saída e nos leva ao encontro
dos irmãos para servi-los, e não repetindo mantras, invocações e expressões
como “Senhor! Senhor!” No seu tempo, Francisco Xavier percebeu vivamente que os
muros fortificados das cidades espanholas e da Igreja da Europa não podiam reter
o Evangelho nem se fechar à entrada de “um povo justo, cumpridor da Palavra,
firme em seu propósito” (cf. Is 21,2-3). Era necessário abrir as portas a este
povo até então desconhecido de caminhar humilde, não necessariamente religioso
e cristão, através do qual Deus derruba aqueles que vivem nas alturas e humilha
as cidades orgulhosas. Que a França de hoje, assim como as cidades-fortalezas ou
cidades-mercado norte-americanas, respondam de que adianta cercar-se de muros
legais, de barreiras econômicas, de muros culturais... Acolhendo a companhia e
o exemplo de Francisco Xavier, caminhemos a passos firmes e solidários em
direção à periferia de Belém, e descubramos a companhia de Maria e José, que
também percorrem esta estrada: a estrada das pessoas prudentes e sensatas, que
ouvem a Palavra de Jesus e a encarnam em mil pequenas e grandes ações e gestos.
A essa gente,uma caravana imensa, mesmo que pouco visível, nem a chuva de
mercadorias supérfluas, nem o terremoto dos “impedimentos” decretados segundo a
conveniência política e a necessidade de defender o indefensável, nem as
avalanches de barragens plenas de dejetos minerais, podem abalar. (Itacir
Brassiani msf)
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