Belém é, literalmente, a casa do pão. E
o pão de cada dia é para nós expressão do alimento básico que possibilita e mantém
a vida. A Palavra de Deus hoje nos lembra que, no desejo de Deus, não está
apenas o acesso ao alimento mínimo ao seu povo, mas “um banquete de ricas
iguarias, regado com vinho puro, servido de pratos deliciosos e dos mais finos
vinhos”. No horizonte do sonho de Deus não estão apenas indivíduos isolados que
recebem uma cesta básica, mas um povo vivo e articulado, livre das teias que
aprisionam, sem as lágrimas de injustiçados e esquecidos. Jesus de Nazaré é o
lugar onde isso acontece. Na montanha, ele ocupa o espaço do templo, incapaz de
realizar este desejo de Deus. Jesus é a porta do céu da abundância, e os coxos,
os aleijados, os cegos, os mudos e os doentes são os protagonistas que ocupam o
lugar dos sacerdotes e mestres da lei. Em Jesus, a compaixão de Deus se faz
patente e potente, e a vida vem de roldão, para todos, começando pelos últimos.
Mas, tudo começa com o envolvimento ativo e compassivo daqueles que foram
seduzidos por ele, e com sua interpelação, ademais muito clara: “Onde vamos
buscar, neste deserto, tantos pães para saciar tamnha multidão?...” “Quantos
pães tendes?” Caminhemos, juntos, à casa do pão, onde Deus se faz alimento. E
enquanto caminhamos, inventariemos os pães que levamos nas sacolas, ofereçamo-los
a Jesus para que chegue a todos, e cantemos: “Vem, Senhor Jesus! O mundo
precisa de ti!” Ou, noutra versão: “Pão em todas as mesas!... E a festa haverá,
e o povo a cantar: Aleluia!”
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