“Enquanto um profundo silêncio envolvia o universo e a noite ia no meio
do seu curso, desceu do céu, ó Deus, do seu trono real, a vossa palavra
onipotente…” (cf. Sb 18,14ss). É com esta bela antífona que iniciamos as
celebrações de hoje. Mal sabiam os sábios judeus que a Palavra de Deus romperia
o silêncio silenciosamente, e abdicaria da onipotência para se tornar,
definitivamente, humana carne no carpinteiro de Nazaré. Lucas faz questão de
assinalar que, depois do breve e transitório brilho em Jerusalém, Jesus volta a
Nazaré, com seus pais. É ali, naquele fim-de-mundo desconhecido e desprezado,
que, enraizado nas esperanças populares, ele cresce e se torna forte, cheio de
sabedoria e graça. Quem disse que a gente cresce galgando um a um ou de vez os
degraus da fama, do estudo e da riqueza?! Oxalá a Palavra permaneça e se faça
carne também em nós, produzindo frutos, como nos pede João na sua carta. Longe
de nós o anseio pela ostentação e pela riqueza, que não vem do Pai mas do
mundo, e é passageira, apesar da sua cara de estabilidade. Como Ana, profetiza
do novo testamento, tenhamos olhos para reconhecer Deus e o Homem no Menino e
em todos os humildes e pequenos, e
anunciar isso a todos os que buscam libertação e vida. (Itacir
Brassiani msf)
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