segunda-feira, 4 de março de 2024

O Evangelho de Jesus Cristo em nossa vida (278)

278 | Ano B | 3ª Semana da Quaresma | Terça | Mateus 18,21-35

05/03/2024

Na meditação de ontem vimos que Deus não está sujeito aos interesses e expectativas de pequenos grupos, pois sua lógica é diferente: ele prioriza as pessoas e grupos sociais mais necessitados, aqueles que não contam e não valem aos olhos de quem controla o poder, aqueles/as que são “diferentes” e, por isso, menosprezados/as. Cabe-nos fazer nossa essa compaixão sem fronteiras que Deus nos revela em Jesus.

Hoje, neste ensino inserido na quarta “cartilha de formação dos/as discípulos/as”, Jesus sublinha a necessidade do perdão recíproco. Depois de ter falado sobre a “pedagogia evangélica” para corrigir quem vive fora dos parâmetros do Reino de Deus, Jesus é interrogado por Pedro, em nome dos discípulos, e responde com uma parábola e uma declaração muito incisiva.

A atitude do rei é sempre problemática, e ele não representa propriamente a ação de Deus, a não ser em um único aspecto, que veremos mais tarde. O rei da parábola é igualzinho aos demais, que age oprimindo os mais fracos. A compaixão e o perdão concedidos ao escravo endividado “até o pescoço” não é incondicional nem definitivo, tanto que foi logo revogado, e o escravo foi torturado impiedosamente. Nossa atenção deve focar a atitude do escravo.

Este, tendo sido perdoado e reestabelecido em sua dignidade e liberdade, mostra-se incapaz de fazer o mesmo com seu companheiro, cuja dívida é infinitamente menor, age com crueldade inesperada e acaba provocando a violência do rei, que estava momentaneamente esquecida. Esta atitude do escravo perdoado, que mostra mais autoridade e crueldade que o próprio rei, acaba desvelando a “fraqueza” do rei, e é isso que o irrita e faz voltar atrás.

É apenas nisso – na intolerância com a falta de reconciliação com os iguais – que Deus se assemelha ao rei. Deus é pai, sua compaixão é eterna e seu perdão é irrevogável, mas “perde a estribeira” quando seus filhos e filhas se mostram incapazes de compaixão e perdão. Seu amor incondicional por nós tem consequências! Numa situação de relações frágeis, o perdão é absolutamente indispensável.

 

Meditação:

§  Leia atentamente a descrição desse episódio, especialmente a parábola com a qual Jesus ilustra seu ensino aos discípulos/as

§  Em que exatamente a atitude permanente e fundamental de Deus Pai se assemelha ao comportamento do rei?

§  Por que nos custa tanto perdoar os outros/as? Será que nos falta consciência da enormidade dos débitos que nos são perdoados?

§  Quem são as pessoas a quem você deve pedir perdão, e quem são aquelas a quem você deve perdoar hoje?

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