quarta-feira, 13 de março de 2024

O Evangelho de Jesus em nossa vida (287)

287 | Ano B | 4ª Semana da Quaresma | Quinta | João 5,31-47 

14/03/2024 

O episódio de hoje nos apresenta a continuidade do debate de Jesus com as autoridades do judaísmo. A polêmica emergiu depois que Jesus emancipou e libertou um paralítico, símbolo de uma multidão de excluídos, sem pedir licença a ninguém e desobedecendo às proibições legais. A misericórdia que lhes era negada na “porta da misericórdia” (Betesda), eles a encontram em Jesus de Nazaré. 

O debate gira em torno da questão da identidade de Jesus e do “mandato” ou “procuração” para que ele possa fazer o que faz: curar doentes, perdoar pecados, transgredir as leis, ensinar novas interpretações da lei, etc. Na verdade, enquanto as autoridades religiosas estão interessadas apenas em defender a lei e assegurar o sistema que impõe fardos aos mais vulneráveis, Jesus está interessado em ajudá-los a viver plenamente, a alcançar a autonomia, sem dominações ou restrições. 

Hoje o debate é sobre o testemunho que dá credibilidade ao que Jesus está fazendo e à sua pretensão de ser o messias e o filho de Deus. Como prova da autenticidade divina daquilo que faz, Jesus cita João Batista, mas também sublinha que ele prescinde dos testemunhos humanos. E enfatiza que são suas próprias relações ou obras de compaixão em favor dos pobres e vulneráveis que o acreditam como enviado de Deus. 

Além disso, Jesus reivindica a seu favor o testemunho das escrituras como um todo. E o que elas testemunham com clareza é que Deus sempre ouve o clamor dos oprimidos e intervém para assegurar-lhes a dignidade, a liberdade e a vida. Essa é a vontade e a lei de Deus, e isso está acima de todos os costumes, interesses e sistemas, sejam eles religiosos, políticos ou econômicos. 

De tabela, Jesus acusa as autoridades religiosas de analfabetismo bíblico e de busca doentia de aplausos. Elas não conhecem a fundo as leis que Deus nos deu através de Moisés, torcem as coisas para garantir seus interesses e amealhar apoios e aplausos dos seus comparsas. Eles não têm o amor de Deus neles mesmos, só pensam em si mesmos e bajulam-se reciprocamente. 

 

Meditação: 

  • Você é capaz de reconhecer nas ações de Jesus as provas claras de que ele vem de Deus e realiza a vontade dele? Em quais delas? 

  • Como você descreveria a imagem de Deus que você a credita: ele é pai, amante da vida, próximo de nós, compassivo com os fracos? 

  • Será que também nós corremos o risco de colocar nossa vontade e nossos costumes no lugar que cabe à Vontade de Deus? 

  • Onde buscamos a confirmação das nossas decisões e ações: no Evangelho e na vida de Jesus, ou no aplauso dos apoiadores? 

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