Somos amigos de
Jesus se fizermos o que ele nos manda | 721 | 23.05.2025 | João
15,12-17
Depois de propor a
alegoria da videira e dos ramos, Jesus continua seu diálogo formativo com os
discípulos, extraindo as consequências da metáfora da videira: como a circulação
da seiva mantém a união vital entre a videira e os ramos, assim também o amor
gratuito e generoso assegura a permanência do discípulo em Jesus e de Jesus
nele.
Se, para o judeu daquele tempo, os
mandamentos eram muitos e pesados (os escribas e doutores da lei haviam
colecionado mais de 600 mandamentos que deveriam ser obedecidos!), Jesus não
fica nem nos dez, e reduz tudo a um único mandamento: “Amai-vos uns aos outros,
assim como eu vos amei”. Este é o mandamento que resume toda a lei, a herança
deixada por Jesus em testamento e o distintivo da comunidade cristã.
O verbo amar é mais que mera expressão
de um vago sentimento de bem-querer ou uma inofensiva filantropia: é uma
relação interativa baseada na confiança e focalizada na afirmação da dignidade
e no atendimento das necessidades do outro. Também não tem como movente o
cumprimento de uma ordem, mas um desejo profundo e intrínseco de dar-se, de ser
generoso, de buscar a felicidade fazendo feliz o outro.
Jesus propõe a si mesmo como medida do
amor: ele começa nos escolhendo e nos chamando pelo nome, passa a dedicar-se à
nossa formação, prepara-nos para as dificuldades, alerta-nos em relação aos
riscos, e acompanha-nos “primeireando” no caminho que conduz à felicidade
verdadeira e duradoura. Em síntese: é nosso amigo, e vive conosco a comunhão no
amor.
Na
ceia e no lava-pés, Jesus deixou claro que não aceita a relação senhor-servo, e
estabeleceu a igualdade ética de todas as pessoas, para além das funções e
diferenças. Por isso, ele volta a declarar que nos trata como a amigos, e o vértice
da relação de amizade é o dom de si mesmo. Mas o faz “de olho” na continuidade
da sua missão, com o desejo de que, vivendo uma relação de amizade, seus
discípulos deem frutos que permaneçam.
Sugestões para meditar
§ Recorde no coração e deixe ressoar cada expressão ou palavra
deste “discurso catequético” de Jesus
§ Medite as diversas passagens da vida de Jesus e procure
identificar as expressões mais concretas e fortes do seu amor pelos discípulos
§ Em relação a Jesus, você sente-se mais como servo (que obedece
mesmo contra a vontade e a razão, por medo) ou como amigo, que se relaciona com
base na confiança e na estima recíproca?
§ Quais são os frutos mais duradouros da prática do amor na
sua família, na sua comunidade e no lugar onde você vive?
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