A amizade e o amor
sem limites é o distintivo dos cristãos | 716 | 18.05.2025 | João
13,31-35
Com plena
consciência do desfecho da própria vida, e pensando no martírio que coroaria o
amor que marcou toda sua vida, Jesus declara que Deus o glorificará sem demora.
Para ele, a cruz não é um absurdo, mas a radicalização da solidariedade de Deus
com a humanidade e a suprema doação do ser humano a Deus, glorificação de Deus
e revelação do humano.
Para os cristãos, amar não
é condicional, mas um imperativo absoluto. E, a partir da morte e ressurreição
de Jesus, a medida do amor é ele. “Eu vos dou um novo mandamento. Amai-vos uns
aos outros. Como eu vos amei,
assim também vós deveis amar-vos uns aos outros”. Jesus sublinha que a medida
que verifica o amor é nova: a medida do amor é amar sem medidas, dirão os
místicos. A partir de Jesus de Nazaré, amar significa lutar para que todos
tenham vida, dando da própria vida e arriscando a própria vida.
Prosseguindo o diálogo
testamentário com seus discípulos, Jesus diz: “Quem crê em mim fará as obras
que eu faço, e fará ainda maiores do que estas. Se alguém me ama, guardará a
minha palavra; meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada” (Jo 14,12-23). Isso quer dizer que
a comunidade de amigos se torna a morada de Deus no mundo. E então o amor fraterno
se torna o estatuto e a identidade da comunidade cristã.
Mas precisamos dar a esta
imagem poética traços históricos e atuais: um mundo sem barreiras para os
migrantes, e no qual haja lugar para todos os seres humanos; um sistema
econômico que respeite e preserve a criação; uma política que não se limite a
assegurar os privilégios de uma pequena elite e cortar os investimentos em
políticas sociais; uma cultura amante da humanidade, da criatividade, da
liberdade e da beleza.
No entardecer da vida seremos julgados pelo amor. Mas no
alvorecer e ao meio-dia da nossa existência, o verbo amar há de ser conjugado
em todos os tempos e modos, inclusive no imperativo. O testamento de Jesus e o
testemunho corajoso das primeiras comunidades cristãs estão aí, vivos e
eloquentes, para que não esqueçamos disso.
Sugestões para meditar
§ Recomponha na memória os gestos as
palavras de Jesus por ocasião do lava-pés e da ceia de despedida
§ Como entender corretamente hoje a
ousada afirmação de que a glória de Deus se manifesta na humildade e no serviço
aos outros?
§ O mandamento de Jesus, assim como a
medida que ele estabelece para o amor fraterno, continuam sendo um mandamento
novo?
§ Nossas famílias e nossas comunidades
são reconhecidas como cristãs pela prática do amor fraterno, aberto e
solidário?
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