O desejo de Jesus
Cristo é que todos vivamos plenamente | 710 | 12.05.2025 | João
10,1-10
Jesus entra em
nossa casa e nos conduz para fora. O Bom Pastor não quer isolar seu rebanho
dentro de um redil e conservá-lo seguro, mesmo que este redil se chame Igreja.
Ele não quer reduzir a vida dos discípulos ao ambiente doméstico, indiferente
ao mundo exterior. Ele chama pelo nome e conduz aqueles que o ouvem para fora
de si mesmos e para fora de um sistema que anestesia, separa, hierarquiza e
aprisiona as pessoas. Não é possível ser discípulo de Jesus e viver na a
auto-referencialidade.
Jesus, o Bom Pastor, chama pelo nome e
manda sair às periferias. Neste percurso, ele mesmo caminha à nossa frente,
livre e solidário. Ele não considera suficiente despertar os homens e mulheres,
e mostrar-lhes um caminho. Ele se faz caminho e companheiro de caminhada, um
pouco à frente para dissipar medos e incertezas, sempre próximo para curar as
feridas e fortalecer nos tropeços. No fim, ele é porta aberta em forma de cruz,
passagem-páscoa para a liberdade.
Além de manter uma relação personalizada
com cada discípulo, Jesus também reúne um rebanho, uma comunidade. Àqueles que
ele congrega, também aponta um caminho de saída, um estilo de vida comunitário,
solidário. Somos ovelhas do seu rebanho, membros de um povo solidário. Recebemos
o bônus e o ônus de estarmos ligados a um povo e a um mundo que caminha para a
liberdade tropeçando nos próprios pés, mas que também mantém o olhar fixo
naquele que vai à sua frente.
O
sonho de Deus é ver a vida florescendo em todas as dimensões e para todos os
seus filhos. Não se trata de uma vida miúda, apertada e resignada, mas de uma
vida abundante, transbordante. A festa da vida não pode ser reservada a uma meia
dúzia de privilegiados. É entrando e saindo do redil de Jesus, vivendo nossa vida
como dom, que encontramos pastagem. É na ousadia de ir além dos limites e muros
erguidos por ideologias mesquinhas que encontraremos o alimento que sustenta
esta vida tão sonhada.
Sugestões para meditar
§ Como a imagem da porta pode nos ajudar
a entender a identidade e a missão da comunidade cristã e da Igreja de hoje?
§ Nossas comunidades se parecem mais com
portas abertas, que ajudam a entrar e sair, ou com redis ou currais fechados?
§ Em tempos de indiferença doentia e de
proliferação de Igrejas, o que significa entrar por Jesus, sair e encontrar
pastagem?
§ Num contexto de crescente distância
entre ricos e pobres, como e através de quem Jesus concede vida abundante a
todos?
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