O Espírito Santo é Dom
que sustenta o dom de nós mesmos | 725 | 27.05.2025 | João
16,5-11
Na semana que antecede a solenidade da
Ascensão, meditaremos trechos do diálogo de Jesus com seus discípulos depois da
última ceia com eles, e antes da traição e prisão. Pressentindo a iminência da
sua condenação à morte, Jesus faz questão de sublinhar que sua “saída” para o
Pai, por quem foi enviado e em cujo nome falou e agiu, fará bem para o
amadurecimento dos discípulos. Ele vai para voltar como inspiração, força e
defesa.
Os discípulos não entendem como a
paixão e morte de Jesus pode ser sua volta ao Pai e a plena presença do Pai nas
dores da humanidade e nas encruzilhadas da história. Toda explicação
parece-lhes vazia. A separação continua a ser vista como escandalosa e
definitiva, e, por isso, são acossados pelo medo e pela tristeza. Eles não
conseguem entender o mistério da semente.
Precisamos entender que o envio do
Espírito de Deus e a sua assimilação na caminhada de discípulos missionários
depende da paixão e morte de Jesus. Sem a cruz, o Espírito Santo seria entendido
apenas em parte, pois estaria privado do seu núcleo vivo que é o amor extremo,
que desce aos infernos para regenerar o Humano em nós. O Espírito é, em si
mesmo, entrega generosa de si, sem “se” e sem “mas”.
Recebendo o Espírito Santo e
deixando-nos guiar por ele, passamos de uma visão de Jesus como simples “modelo
de vida” a ser admirado, e o assumimos como fonte dinâmica da vida que se
manifesta nele e nos vem dele. Nele, por ele e com ele somos capazes de
reconhecer no mistério da cruz tanto a manifestação da violência destruidora
como do amor infinito e apaixonado de Deus Pai e do “Filho do Homem”.
O
Espírito/Defensor que recebemos do Pai por Jesus move um processo contrário
àquele que vitimou Jesus e condena seus discípulos: os condenados são inocentes,
e os juízes que os condenam são os verdadeiros criminosos. O chefe deste mundo
– personificado no grupo que dirige o judaísmo, condena Jesus e excomunga seus
discípulos – não tem nenhum poder sobre os seguidores de Jesus. Eles são livres
para amar e servir.
Sugestões para meditar
§ Coloque-se em meio aos discípulos,
perturbados com o gesto de amor extremo de Jesus, com o anúncio da sua morte e
a previsão da oposição que sofreriam para continuar a missão de Jesus
§ Você percebe sinais de oposição e resistência
à missão dos seguidores de Jesus? Como e onde estes sinais aparecem?
§ Tome consciência das incompreensões,
resistências e oposições que os cristãos coerentes enfrentam na atual
conjuntura política nacional
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