segunda-feira, 26 de maio de 2025

O Espírito que defende

O Espírito Santo é Dom que sustenta o dom de nós mesmos | 725 | 27.05.2025 | João 16,5-11

Na semana que antecede a solenidade da Ascensão, meditaremos trechos do diálogo de Jesus com seus discípulos depois da última ceia com eles, e antes da traição e prisão. Pressentindo a iminência da sua condenação à morte, Jesus faz questão de sublinhar que sua “saída” para o Pai, por quem foi enviado e em cujo nome falou e agiu, fará bem para o amadurecimento dos discípulos. Ele vai para voltar como inspiração, força e defesa.

Os discípulos não entendem como a paixão e morte de Jesus pode ser sua volta ao Pai e a plena presença do Pai nas dores da humanidade e nas encruzilhadas da história. Toda explicação parece-lhes vazia. A separação continua a ser vista como escandalosa e definitiva, e, por isso, são acossados pelo medo e pela tristeza. Eles não conseguem entender o mistério da semente.

Precisamos entender que o envio do Espírito de Deus e a sua assimilação na caminhada de discípulos missionários depende da paixão e morte de Jesus. Sem a cruz, o Espírito Santo seria entendido apenas em parte, pois estaria privado do seu núcleo vivo que é o amor extremo, que desce aos infernos para regenerar o Humano em nós. O Espírito é, em si mesmo, entrega generosa de si, sem “se” e sem “mas”.

Recebendo o Espírito Santo e deixando-nos guiar por ele, passamos de uma visão de Jesus como simples “modelo de vida” a ser admirado, e o assumimos como fonte dinâmica da vida que se manifesta nele e nos vem dele. Nele, por ele e com ele somos capazes de reconhecer no mistério da cruz tanto a manifestação da violência destruidora como do amor infinito e apaixonado de Deus Pai e do “Filho do Homem”.

O Espírito/Defensor que recebemos do Pai por Jesus move um processo contrário àquele que vitimou Jesus e condena seus discípulos: os condenados são inocentes, e os juízes que os condenam são os verdadeiros criminosos. O chefe deste mundo – personificado no grupo que dirige o judaísmo, condena Jesus e excomunga seus discípulos – não tem nenhum poder sobre os seguidores de Jesus. Eles são livres para amar e servir.

 

Sugestões para meditar

§ Coloque-se em meio aos discípulos, perturbados com o gesto de amor extremo de Jesus, com o anúncio da sua morte e a previsão da oposição que sofreriam para continuar a missão de Jesus

§ Você percebe sinais de oposição e resistência à missão dos seguidores de Jesus? Como e onde estes sinais aparecem?

§ Tome consciência das incompreensões, resistências e oposições que os cristãos coerentes enfrentam na atual conjuntura política nacional

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