sábado, 24 de maio de 2025

Ah, a nossa paz!

Jesus nos confia uma paz que não nos deixa mais em paz... | 723 | 25.05.2025 | João 14,23-29

As religiões pretendem ser caminhos para a salvação, que hoje chamamos de felicidade. Estes caminhos se dividem em dois grupos: os que propõem a saída de si mesmo para encontrar a plenitude nas realidades externas; os que propõem e ensinam o mergulho em si mesmo e o esquecimento das realidades externas, inclusive dos demais seres humanos.

Existe uma terceira possibilidade, que está presente em algumas religiões e é proposta por Jesus Cristo: Deus mesmo vem saciar nossa sede de plenitude, eliminando a distância que nos separa e assusta, assumindo e aperfeiçoando as realidades humanas e sociais, confiando-nos a paz. Jesus Cristo é sacramento de um Deus humanizado e encarnado, servidor e libertador, próximo e presente no ser humano que ama e sofre.

Hoje Jesus diz que é Deus quem vem às comunidades que se organizam em seu nome, e faz delas sua morada no mundo. Por isso, as comunidades precisam cultivar o amor, o diálogo, o serviço e a abertura às necessidades do mundo. Uma Igreja fiel a Jesus Cristo e aos tempos atuais, que aceita ser uma morada de Deus, deve ser uma Igreja aberta e missionária.

No cálido e tenso ambiente da Ceia de despedida, Jesus diz que só o amor pode manifestar o que Deus é e o que Deus faz. Ele promete que não nos deixa órfãos e indefesos: ele envia o Espírito Santo, Consolador, Defensor e Mestre que nos guia no caminho. O Espírito é a fidelidade e a glória à qual podemos aspirar, no amor recebido, no amor praticado e testemunhado.

O amor autenticamente humano é o êxodo de si mesmo em direção a Deus e o advento de Deus na carne humana e na história. O que nos aproxima de Deus não é o muito saber, o grande poder ou a ausência de sofrimento, mas um amor que nos faz loucos, apaixonados, pobres e servidores. As igrejas cristãs são chamadas a ser famílias que vivem esta intensa paixão por Deus e pela humanidade e evitam a tentação de assumir a função de delegadas de Deus, de viver uma paz escapista que compromete com a paz difícil.

 

Sugestões para meditar

§ Será que estamos conseguindo hoje, como fiéis e como comunidade, guardar a Palavra de Jesus, ou seja, amar como ele nos amou?

§ Em que medida a Renovação Carismática Católica ajuda seus membros a entrar de cheio na prática do amor solidário?

§ E os demais grupos e nossos setores pastorais: estão cumprindo sua missão de levar ao encontro com Jesus e a amar como ele nos ama?

§ O que significa viver o precioso dom da paz num contexto de intolerância, beligerância, injustiça e desigualdade social?

Nenhum comentário: