Jesus nos confia uma
paz que não nos deixa mais em paz... | 723 | 25.05.2025 | João
14,23-29
As religiões pretendem ser caminhos para a salvação, que hoje
chamamos de felicidade. Estes caminhos se dividem em dois grupos: os que
propõem a saída de si mesmo para encontrar a plenitude nas realidades externas;
os que propõem e ensinam o mergulho em si mesmo e o esquecimento das realidades
externas, inclusive dos demais seres humanos.
Existe
uma terceira possibilidade, que está presente em algumas religiões e é proposta
por Jesus Cristo: Deus mesmo vem saciar nossa sede de plenitude, eliminando a
distância que nos separa e assusta, assumindo e aperfeiçoando as realidades
humanas e sociais, confiando-nos a paz. Jesus Cristo é sacramento de um Deus
humanizado e encarnado, servidor e libertador, próximo e presente no ser humano
que ama e sofre.
Hoje Jesus
diz que é Deus quem vem às comunidades que se organizam em seu nome, e faz delas
sua morada no mundo. Por isso, as comunidades precisam cultivar o amor, o
diálogo, o serviço e a abertura às necessidades do mundo. Uma Igreja fiel a
Jesus Cristo e aos tempos atuais, que aceita ser uma morada de Deus, deve ser
uma Igreja aberta e missionária.
No
cálido e tenso ambiente da Ceia de despedida, Jesus diz que só o amor pode
manifestar o que Deus é e o que Deus faz. Ele promete que não nos deixa órfãos
e indefesos: ele envia o Espírito Santo, Consolador, Defensor e Mestre que nos guia
no caminho. O Espírito é a fidelidade e a glória à qual podemos aspirar, no
amor recebido, no amor praticado e testemunhado.
O amor autenticamente humano é o êxodo de
si mesmo em direção a Deus e o advento de Deus na carne humana e na história. O
que nos aproxima de Deus não é o muito saber, o grande poder ou a ausência de
sofrimento, mas um amor que nos faz loucos, apaixonados, pobres e servidores.
As igrejas cristãs são chamadas a ser famílias que vivem esta intensa paixão
por Deus e pela humanidade e evitam a tentação de assumir a função de delegadas
de Deus, de viver uma paz escapista que compromete com a paz difícil.
Sugestões para meditar
§ Será que estamos conseguindo hoje, como
fiéis e como comunidade, guardar a Palavra de Jesus, ou seja, amar como ele nos
amou?
§ Em que medida a Renovação Carismática
Católica ajuda seus membros a entrar de cheio na prática do amor solidário?
§ E os demais grupos e nossos setores
pastorais: estão cumprindo sua missão de levar ao encontro com Jesus e a amar
como ele nos ama?
§ O que significa viver o precioso dom da
paz num contexto de intolerância, beligerância, injustiça e desigualdade
social?
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