Mesmo perseguido, o
discípulo de Jesus não larga a sua mão | 709 | 11.05.2025 | João
10,27-30
Por
ocasião da festa da dedicação do templo de Jerusalém, Jesus se apresenta como
“porta” do templo, como verdadeiro pastor do rebanho, e insiste que isso se
mostra nas suas ações. Mas as autoridades não aceitam que ele fale desse jeito.
“Se tu és o Messias, o Cristo, dize-nos abertamente!” E Jesus retruca: “Eu já
vos disse, mas vós não acreditais. As obras que eu faço em nome do meu Pai dão
testemunho de mim”.
No debate com as
autoridades, Jesus nega a legitimidade de uma fé que não tenha apoio nas ações.
Para ele, quem é solidário e compassivo está ao lado do ser humano e também
está com Deus. E quem está contra o ser humano, mesmo que invoque o nome de
Deus e participe de ritos religiosos, está, de fato, contra ele. Este é o
critério que confere a autenticidade à nossa fé!
É neste mesmo
contexto que Jesus diz que dá a vida eterna ao seu rebanho, que ninguém o toma
da sua mão. Mas ser ovelha do rebanho de Jesus Cristo, implica em reconhecer
sua voz e escutar sua Palavra, aderir a ele e seguir seus passos. Crer nas
obras que defendem e resgatam a dignidade humana e multiplica-las é mais
importante que crer na sua Palavra.
A autenticidade da
nossa fé em Jesus não se mostra na multiplicação de atividades piedosas e
desconexas. O denominador comum é o amor, o reconhecimento do outro
como tal, a afirmação da sua dignidade e a priorização das suas necessidades. É
o amor que faz da vida de Jesus e da nossa uma existência voltada aos outros, aos pobres e
necessitados. É o amor que nos faz humanos, que nos dá à luz como
pessoas.
O amor autêntico não reconhece nenhum tipo de fronteira:
ele derruba os muros levantados em nome da religião, da raça, da classe, do
sangue, dos interesses individuais e de classe. Porque parte sempre do ‘outro’,
da sua dignidade e das suas necessidades, o amor é o único dinamismo capaz de
globalizar verdadeiramente o mundo, sem excluir ninguém. Não à globalização da
indiferença; sim à globalização da solidariedade!
Sugestões para meditar
§ Recomponha na memória este trecho, palavra por palavra; se
possível, leia os versos anteriores (1-26), relacionando-os com o papel do
templo (porta do céu e lugar de encontro da vida)
§ O que significa para nós, hoje, ser conhecido por Jesus,
escutar sua voz e segui-lo?
§ Estaríamos também nós correndo o risco de sermos
arrebatados das mãos do Pai, arrancados das mãos de Jesus?
§ Quem ou o quê poderia estar fazendo isso conosco,
seduzindo-nos e escravizando-nos sorrateiramente?
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