sábado, 10 de maio de 2025

O Pastor bom

Mesmo perseguido, o discípulo de Jesus não larga a sua mão | 709 | 11.05.2025 | João 10,27-30

Por ocasião da festa da dedicação do templo de Jerusalém, Jesus se apresenta como “porta” do templo, como verdadeiro pastor do rebanho, e insiste que isso se mostra nas suas ações. Mas as autoridades não aceitam que ele fale desse jeito. “Se tu és o Messias, o Cristo, dize-nos abertamente!” E Jesus retruca: “Eu já vos disse, mas vós não acreditais. As obras que eu faço em nome do meu Pai dão testemunho de mim”.

No debate com as autoridades, Jesus nega a legitimidade de uma fé que não tenha apoio nas ações. Para ele, quem é solidário e compassivo está ao lado do ser humano e também está com Deus. E quem está contra o ser humano, mesmo que invoque o nome de Deus e participe de ritos religiosos, está, de fato, contra ele. Este é o critério que confere a autenticidade à nossa fé!

É neste mesmo contexto que Jesus diz que dá a vida eterna ao seu rebanho, que ninguém o toma da sua mão. Mas ser ovelha do rebanho de Jesus Cristo, implica em reconhecer sua voz e escutar sua Palavra, aderir a ele e seguir seus passos. Crer nas obras que defendem e resgatam a dignidade humana e multiplica-las é mais importante que crer na sua Palavra.

A autenticidade da nossa fé em Jesus não se mostra na multiplicação de atividades piedosas e desconexas. O denominador comum é o amor, o reconhecimento do outro como tal, a afirmação da sua dignidade e a priorização das suas necessidades. É o amor que faz da vida de Jesus e da nossa uma existência voltada aos outros, aos pobres e necessitados.  É o amor que nos faz humanos, que nos dá à luz como pessoas.

O amor autêntico não reconhece nenhum tipo de fronteira: ele derruba os muros levantados em nome da religião, da raça, da classe, do sangue, dos interesses individuais e de classe. Porque parte sempre do ‘outro’, da sua dignidade e das suas necessidades, o amor é o único dinamismo capaz de globalizar verdadeiramente o mundo, sem excluir ninguém. Não à globalização da indiferença; sim à globalização da solidariedade!

 

Sugestões para meditar

§ Recomponha na memória este trecho, palavra por palavra; se possível, leia os versos anteriores (1-26), relacionando-os com o papel do templo (porta do céu e lugar de encontro da vida)

§ O que significa para nós, hoje, ser conhecido por Jesus, escutar sua voz e segui-lo?

§ Estaríamos também nós correndo o risco de sermos arrebatados das mãos do Pai, arrancados das mãos de Jesus?

§ Quem ou o quê poderia estar fazendo isso conosco, seduzindo-nos e escravizando-nos sorrateiramente?

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