Jesus nos dá a paz
que supera a perturbação e o medo | 718 | 20.05.2025 | João
14,27-31
Estes
breves versículos são densos. Eles são a conclusão da primeira parte do diálogo
de Jesus com os discípulos, após a ceia. Jesus vê estampado nos olhos deles o
medo e a perturbação e, mesmo assim, não os poupa da verdade: ele deve ir, deve
partir, ausentar-se brevemente. Mas o faz para voltar mais tarde, e voltar
plenamente. Por isso, deixa-lhes a paz, e quer que vivam alegres e confiantes,
como discípulos maduros.
“Paz”
é a palavra de despedida da comunidade judaica. Utilizando esta saudação, Jesus
sublinha que não a faz como todo mundo costuma fazer. É sua saudação pessoal,
que não é um adeus, mas um “até breve” ou “até logo”, com reforço no advérbio
de tempo. Ele não se despede, porque ele vai para voltar, ele vai e fica, ele
vai ficando. Esta sua ida é indispensável, porque nela ele tornará concreto o
amor de Deus pela humanidade.
Jesus
diz que não poderá falar muito porque sua partida é iminente e o tempo é breve.
Na verdade, será preso naquela mesma noite. Por isso, fala da aproximação do
“chefe deste mundo”, que personifica as forças e estruturas que oprimem e
dominam, inclusive aquelas que agem em nome da religião. Mas Jesus deixa claro
que este chefe não tem força de mando ou poder de intimidação sobre ele: quem
tem a Palavra é o Pai.
Jesus decide trilhar
o caminho da paixão e morte não porque “o chefe deste mundo” tem poder sobre
ele, mas porque assim cumprirá a vontade do Pai, que o quer radicalmente
compassivo e solidário com as vítimas de todos os tempos, sinal concreto do
imenso, generoso e eterno amor do Pai. Isso não deixará dúvidas sobre a
autenticidade da sua mensagem e da sua identificação com o querer e o agir do
Pai em benefício da humanidade.
Jesus prefere entregar sua vida para ao invés de ceder à
lógica do mundo, e, assim, o vence. Por isso, é bom que ele vá ao Pai, passando
pela cruz. Sua acolhida nos braços daquele que “é maior” é a confirmação de que
ele, humano que é, vem do Pai, fala o que ouviu do Pai e faz aquilo que vê o
Pai fazer. E convida os discípulos a levantar e seguir com ele.
Sugestões para meditar
§ Coloque-se mentalmente junto aos
discípulos, perturbados com o anúncio da sua morte e com a previsão de que
seria traído
§ Acolha as palavras de despedida de
Jesus, a afirmação de que vai para voltar, que vai ficando, o seu “até breve!”
§ Tome consciência dos medos, fragilidades
e carências que perturbam você, sua família e sua comunidade
§ Procure experimentar a alegria que nos
vem da certeza de que é bom para nós que Jesus volte ao Pai, que o enviou e
sempre o envia
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