O Espírito Santo suscita
ações que continuam as de Jesus | 717 | 19.05.2025 | João
14,21- 26
Saltando
alguns versículos que prosseguem o trecho meditado no último sábado, os quais
apresentam a promessa de Jesus de enviar aos seus discípulos um “outro
Advogado”, o “Espírito da Verdade”, o trecho de hoje afirma a presença de Deus
nas relações fraternas e solidárias dos seus discípulos e discípulas. Não somos
apenas nós que podemos morar na casa de Deus; ele mesmo pode estabelecer em nós
sua morada.
Esta
é a primeira vez que Jesus fala do amor dos discípulos a ele. Até então ele
falara apenas da necessidade de amar os irmãos e irmãs, e de estar disponível
às necessidades do povo. Assim, crer em Jesus significa aderir amorosamente a
ele, comportar-se como ele, compartilhar seus sonhos, seus pensamentos e suas atitudes.
Mas o amor a ele se encarna e se mostra necessariamente no amor aos irmãos e
irmãs, um amor que não é mero sentimento. Ajudar os outros é a única forma de
concretizar o amor.
Este
amor só é chamado de mandamento porque é norma de vida, e substitui todos os demais
códigos de leis. No evangelho de João, Jesus jamais cita ou enumera os dez
mandamentos, pois entende que só existe um mandamento. O amor fraterno e concreto
é a chave que abre a porta para que o Pai e o Filho façam em nós sua morada.
Sendo
o que “acomuna” o Pai e o Filho, o Espírito Santo de Amor é também o que une os
discípulos entre si, a Jesus e ao Pai. Enquanto algo a ser proclamado, esse
amor recebe o nome de mensagem; enquanto norma de vida, é chamado de
mandamento; enquanto dinamismo de Deus em nós, é apresentado como Espírito
Santo.
Jesus adverte seus discípulos e discípulas sobre
o fato de que amá-lo significa guardar sua ordem, de amarmo-nos como ele nos
amou, implica em comportar-se como ele em relação a tudo e todos. Sendo a
essência do Espírito de Deus, o amor transforma a comunidade cristã e os milhões
de discípulos anônimos em infinitas vivendas mediante as quais Deus se faz
presente no mundo. Não o adoramos em santuários ou templos, mas em espírito e
verdade, mediante atitudes e ações muito concretas.
Sugestões para meditar
§ Recomponha na memória as palavras que
Jesus dirige aos discípulos, depois da ceia e prestes a ser preso e crucificado
§ Situe-se junto com os discípulos,
perturbados com o gesto do lava-pés, com o anúncio da sua morte e com a
previsão de que seria traído
§ Será que na voz de Judas se expressa a expectativa
de manifestações espetaculares, jamais a manifestação discreta aos discípulos e
na cruz?
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