Apresentamos aqui a terceira parte da reflexão feita pelo Pe. Joaquim Andrade no nosso Curso de Aperfeiçoamento da Ação Missionaria, aqui em Santa Cruz de la Sierra: conflitos interculturais e fases da inculturação. Os conflitos são percebidos como desentendimentos substanciais, envolvem as emoções, aumentam o stress, a ansiedade e a raiva. Estas tensões podem ser expressas de forma direta ou indireta. Podem ser formas mais rígidas ou mais flexíveis.
Na
convivência intercultural todos precisamos aprender a deixar, a sair, e a
chegar. Para tanto, necessário é definir onde eu quero chegar, onde a
congregação quer que eu chegue, onde a cultura local quer que eu chegue. Deixar
nossa tribo significa deixar nossa segurança, minha identidade, coisas e
relações familiares.
O
processo de inculturação conhece diferentes fases. Há uma série de dificuldades
iniciais: choro, solidão, busca da comida e da cultura de origem. Se tivermos
fortes raízes na cultura de origem, temos possibilidade de desenvolver um bom
trabalho onde chegamos, e se as raízes foram superficiais, também o trabalho
poderá ser pouco frutuoso.
A
primeira fase é a da novidade: O missionário
sente-se feliz por estar num pais e numa cultura diferente, quer conhecer as
coisas. Ele também é uma novidade para o povo.
A
segunda fase é a da dor: O missionário começa a enfrentar
os problemas de adaptação (língua, cultura, deslocamento). Começa a criticar
tudo o que existe no pais hospedeiro, e pode entrar numa situação de desordem
profunda. O que era bonito não o é mais... Aqui são importantes as atividades
comunitárias, da direção espiritual e da oração.
A
terceira é a fase da independência: O missionário já
assimilou a língua e a cultura, expressa seus pensamentos e percepções, e a
sensação de deslocamento vai desaparecendo. Começa a se abrir e busca afirmar
seu lugar.
Itacir
Brassiani msf
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