O
Papa Francisco sonha com uma Igreja nazarena!
Segundo Victor Codina,
a Igreja Nazarena é a Igreja sonhada por João XXII e delineada pelo Papa
Francisco. Nas palavras do Papa argentino, essa Igreja precisa fazer uma série
de travessias ou passagens:
1.
De uma Igreja poderosa, distante e fria,
da qual o povo se afasta, a uma Igreja próxima, acolhedora, simples, sincera,
realista, que promove o encontro e a ternura, que se entende necessitada de
conversão.
2.
De uma Igreja moralista, obcecada pelo
abordo e pelo matrimonio, a uma Igreja focalizada na misericórdia, que difunde
o perfume do Evangelho, focalizada na vida, pois Jesus é o único que pode
atrair as pessoas; um Jesus morto e ressuscitado, com quaresma e pascoa.
3.
De uma Igreja centrada no pecado, que
transformou a confissão em tortura e a busca de sacramentos em aduana, a uma
Igreja da misericórdia de Deus, da ternura e da compaixão, com estranhas
maternas; uma Igreja semelhante a um hospital de campanha, que cura as
emergências, que cuida da criação, que oferece os sacramentos a todos, e não
apenas aos considerados perfeitos.
4.
De uma Igreja centrada em si mesma, auto
referencial, preocupada com o proselitismo, a uma Igreja dos pobres, preocupada
com os fracos e indefesos, profética e livre ante os poderes deste mundo.
5.
De uma Igreja fechada em si mesma, relíquia
do passado, que olha para o próprio umbigo, a uma Igreja que sai à rua, vai as
margens e periferias existenciais e sociais, ao encontro das pessoas concretas;
que não tem medo de ser pequena, mas deseja ser fermento e semente, e não cimento;
que sai às intempéries, em estado permanente de missão.
6.
De uma Igreja que discrimina os que pensam
diferente a uma Igreja que respeita a
liberdade de consciência, que dialoga com crentes e não crentes, que mantém as portas abertas, que escuta, que corre o risco de discernir.
liberdade de consciência, que dialoga com crentes e não crentes, que mantém as portas abertas, que escuta, que corre o risco de discernir.
7.
De uma Igreja com tendência restauradora
a uma Igreja que considera o Vaticano II como um ponto de partida, que pede novos
passos e iniciativas; uma Igreja que ousa reformar o papado e a cúria romana,
que dá mais protagonismo à mulher, que deixa de ser clericalista.
8.
De uma Igreja com pastores carreiristas e
agarrados às suas paroquias e dioceses a pastores que tem o cheiro das ovelhas,
que estão à frente, atrás e em meio ao povo, que não se consideram príncipes.
9.
De uma Igreja envelhecida, triste, de
gente com cara de cadáver, a uma Igreja jovem e alegre, que tem a alegria que
brota do Evangelho e da liberdade do Espirito, com luz e transparência, sem
nada a esconder; na qual os jovens sejam protagonistas, sua menina dos olhos.
10. De
uma Igreja rígida, machista, legalista, a uma Igreja casa de Deus, que respeita
a diversidade, uma Igreja de discípulos missionários, uma casa na qual reina a
fraternidade, a partilha e a alegria.
Itacir Brassiani msf
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