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Ano B | 1ª Semana da Quaresma | Segunda | Mateus 25,31-46
19/02/2024
Esta parábola faz
parte dos ‘discursos escatológicos’ de Jesus. É uma catequese que nos leva
imaginariamente ao fim dos tempos para destacar o que realmente tem valor no
percurso da história. É claro que, dizendo que o Filho do Homem virá ‘na sua
glória’ e se sentará em seu ‘trono glorioso’, Mateus está comparando Jesus a um
rei. A expressão ‘Senhor’ também tem o mesmo sentido, pois esse era o apelativo
com o qual o povo se dirigia aos chefes, reis e imperadores. Meditemos o texto
em perspectiva quaresmal.
Esta parábola
aproxima Jesus da imagem do juiz. “Todos os povos serão reunidos diante dele, e
ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos”.
Julgar significa aqui discernir o verdadeiro valor das ações concretas das
pessoas, separadas em dois grupos, a partir daquilo que fizeram, e não a partir
dos títulos ou das meras intenções. Mas é interessante perceber que, mesmo no
papel de juiz, Jesus age como pastor.
Por isso, a solenidade de Cristo Rei vai de mãos dadas com a imagem do
Bom Pastor, de Jesus servidor da humanidade.
Não podemos
esquecer que Jesus decidiu sentar-se à mesa como conviva dos pecadores, e não
como juiz na mesa de um tribunal. Sua vida comprova que ele foi ao encontro dos
marginalizados e assumiu a causa deles. Não os esperou sentado na cadeira dos
juízes! João Batista o anuncia como ‘cordeiro de Deus’, como aquele que dá a
vida em resgate por muitos. E no confronto com as autoridades do seu tempo e
com as ambições de poder dos próprios discípulos, o próprio Jesus declara: “Eu
estou no meio de vocês como quem está servindo” (Lc 22,27). Viver o espírito
quaresmal pede que nos coloquemos na perspectiva de quem serve, dando o melhor
de nós pelos irmãos e irmãs.
O mais importante, porém, está um pouco
escondido nessa instigante parábola. Diante da pergunta sobre quando o
servimos, ele responde: “Todas as vezes que vocês fizeram isso a um dos menores
de meus irmãos, foi a mim que o
fizeram...” Jesus é filho da humanidade, irmão dos homens e mulheres mais
necessitados, irmão daqueles que passam fome e sede, dos migrantes e doentes,
dos pobres e presidiários. Um cristão não pode passar ao largo das necessidades
do próximo, pois estaria deixando de lado o próprio Cristo.
Meditação:
ü Leia atentamente, palavra por palavra, e contemple gesto por
gesto esta memorável parábola de Jesus
ü Escute atentamente as perguntas dos dois grupos de personagens e
as palavras do juiz
ü Em qual dos dois grupos você pode se situar, honestamente? Quais
suas atitudes e ações que justificam essa identificação?
ü Como essa parábola nos ajuda a construir uma fraternidade sem
fronteiras?
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