terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

O Evangelho de Jesus Cristo em nossa vida (265)

265 | Ano B | 1ª Semana da Quaresma | Quarta | Lucas 11,29-32

21/02/2024

A missão de Jesus não era aceita com unanimidade, pois provocava muitas controvérsias. Algumas lideranças diziam que, para curar doentes e possessos, Jesus havia feito uma aliança com a Diabo. Ele se defendia com ações, com sólidos argumentos e recorrendo a parábolas. Alguém elogiou a mãe dele por ter trazido ao mundo alguém tão especial, que falava com tanta sabedoria e ensinava com inequívoco amor, e Jesus reage afirmando que a verdadeira honra pertence a quem ouvem e praticam a Palavra de Deus.

Diante rejeição e do fechamento das pessoas, especialmente dos líderes religiosos, à Boa Notícia do Reino de Deus, e diante do insistente pedido para que apresentasse suas credenciais de enviado de Deus realizando sinais capazes de impressionar, Jesus declara: “Esta geração é uma geração perversa”. E se recusa a transformar o Reino de Deus em espetáculo operando sinais grandiosos.

Jesus diz que o sinal do profeta Jonas continua em vigor, e vale para os seus interlocutores: um apelo forte à mudança de atitudes e de interesses, voltando-se de coração a Deus e à sua vontade, e servindo ao próximo e suas necessidades. E mais ainda: Jesus apresenta a si mesmo como sinal, de modo que aqueles/as que não reconhecem na sua compaixão pelos vulneráveis o sinal da ação de Deus estão fechando os olhos e dando as costas a Deus.

Numa postura claramente provocativa, Jesus afirma que os “piedosos” judeus que o rejeitam são piores que os pagãos que eles tanto desprezam. Enquanto uma rainha pagã reconheceu a sabedoria de Salomão, e o povo pagão de Nínive aceitou a pregação de Jonas, eles, em nome de uma limitada imagem de Deus, desprezam o Filho do Homem, que é maior que Salomão e que Jonas.

Precisamos aprender que Deus ama manifestar-se de modo discreto, com sinais pequenos, mas eloquentes, e até na contramão das avenidas iluminadas e mais transitadas: na compaixão pelos pequenos, na doação de si mesmo, na comunhão com os últimos, na acolhida e no perdão aos pecadores/as, na morte na cruz. A conversão ao Reino de Deus precede qualquer milagre.

                                                                      

Meditação:

ü  Será que estamos sendo capazes de acolher e valorizar os gestos e iniciativas humanitárias de gente de outros grupos e religiões?

ü  Poderíamos afirmar sem medo de errar que temos levado sempre a sério a nossa conversão ao Evangelho do Reino de Deus?

ü  Somos capazes de identificar na compaixão transformadora e amorosa de Jesus o sinal mais eloquente de sua divindade?

ü  Ou ainda somos tentados a pedir e esperar sinais espetaculares de Deus para mudar as coisas que estão ruins?

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