sábado, 24 de fevereiro de 2024

O Evangelho de Jesus em nossa vida (269)

269 | Ano B | 2ª Semana da Quaresma | Domingo | Marcos 9,2-10

25/02/2024

Jesus está no alto da montanha, acompanhado de Pedro, Tiago e João. Envolvido pelo brilho de Jesus, Pedro parece vencer o medo que envolve a todos. Moisés e Elias dão credibilidade ao caminho e ao ensino de Jesus. O evangelho da cruz, novo êxodo e proposta de amor que estabelece a paz e muda a divisão em comunhão, continua valendo, mais do que nunca. Mas é exatamente isso que mete medo nos três discípulos.

Nesta experiência densa, os discípulos são envolvidos pela luz, e, posteriormente, pela escuridão. E é de dentro da nuvem que eles ouvem a voz de Deus: “Este é o meu Filho amado. Escutem o que ele diz”. Eles devem levar a sério o que Jesus Cristo diz e faz, a proposta de servir solidariamente, de desaparecer como o fermento na massa. Aderir a Jesus sem praticar o diálogo como compromisso de amor em vista de uma humanidade reconciliada.

Escutar o que Jesus Cristo diz significa, por um lado, não fugir diante do chamado a encontrar a vida gastando-a pelos outros; não crer nos mitos que nos dizem que somos superiores aos outros; não fingir que a intolerância e as divisões não nos importam. Por outro lado, escutar Jesus implica em anunciar que somos todos irmãos e irmãs e sermos criativos e efetivos na luta pela superação das divisões que ferem a humanidade.

O desejo expresso por Pedro é ambíguo: “Mestre, é bom estarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Pedro fala para espantar o medo. As roupas brancas de Jesus falam claramente de martírio, mas Pedro quer evitar a todo custo esse caminho. Para a transformação do mundo, Pedro prefere o caminho do culto e da adoração, e descarta a proposta do amor que se faz dom e enfrenta o próprio martírio.

Sabendo que os discípulos entendem mal ou pouco o que veem, Jesus os proíbe severamente de falar daquilo que viram. Esta mesma proibição aparece depois da reabilitação da filha de Jairo (cf. Mc 5,43) e da libertação do surdo-mudo (cf. Mc 7,36). Para Jesus, a publicidade escancarada não são caminhos adequados para resgatar a humanidade perdida.

Meditação:

ü Leia atentamente, palavra por palavra, e contemple o lugar, os personagens, os sinais, os gestos presentes nesta cena

ü Em que consiste sua relação com Jesus: Admiração? Pedidos? Confiança? Medo? Adesão e seguimento?

ü Quais são as experiências de tranquilidade e distanciamento que você gostaria de perpetuar para não enfrentar as lutas?

ü Você acha que tem levado suficientemente o que Jesus diz, especialmente na sua paixão, morte e ressurreição?

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