quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

O Evangelho de Jesus Cristo em nossa vida (259)

259 | Ano B | Quinta-feira depois das Cinzas | Lucas 9,22-25

15/02/2024

As cinzas que recebemos ontem reforçam o chamado contundente à conversão e à adesão ao Evangelho do Reino de Deus. Como todas as criaturas, os seres humanos somos vulneráveis, e a vida escapa ao nosso controle. Hoje, no segundo dia da quaresma, Jesus nos fala do seu caminho de encarnação radical na condição humana humilhada, e o propõe como regra de vida para aqueles que, crendo nele, seguem seu caminho.

Esta lição de Jesus no processo de formação dos discípulos/as ocorre num momento importante. Os discípulos são tentados/as a voltar atrás, e resistem à proposta de Jesus, têm dificuldades de mudar o modo de pensar e de agir. É nesse contexto que Jesus diz claramente quem ele é e a que veio, e, com a mesma clareza, fala que sua proposta e sua pessoa serão rejeitadas, perseguidas e eliminadas em nome da religião e dos bons costumes.

Estamos diante do “coração” da fé cristã: a realização do Reino de Deus, a construção da unidade num mundo polarizado e intolerante, passa pela doação da própria vida. É claro que Jesus não está falando de uma espécie de suicídio premeditado, nem de uma morte acidental. Ele diz que esse é o caminho de quem é enviado por Deus para ser um sinal inequívoco do seu amor por todas as pessoas, sem olhar para sua condição moral ou religiosa.

Mas Jesus não é um herói solitário, como aqueles dos filmes americanos, ou alguém que deve ser apenas admirado e imitado. Seu caminho é o caminho de toda pessoa que nele crê: o boicote, a perseguição e a exclusão por parte das elites que dominam. Para Jesus, a cruz, ou o dom radical de si mesmo, não representa um martírio espetacular e admirável, nem uma solução de emergência, mas a lógica predominante e permanente da fé.

Jesus coloca seus discípulos/as de ontem e de hoje diante de uma encruzilhada, e pede que escolhamos entre dois caminhos alternativos: focar antes de tudo em nossos interesses, salvar nossa vida a qualquer custo e viver mediocramente; doar nossa vida sem reservas pelos outros, acessando, assim, a uma vida plena e fecunda, que nada e ninguém pode aprisionar.

                                                                           

Meditação:

§  Leia atentamente, palavra por palavra, frase por frase, este ensino no qual Jesus apresenta o “miolo” do seu Evangelho

§  Se possível, leia também o episódio que antecede estas palavras (9,18-21), onde Jesus pergunta: “Quem vocês dizem que eu sou?”

§  O que significa propriamente salvar ou perder a própria vida? Como Jesus nos mostra isso no seu próprio modo de viver?

§  Por que continuamos vivendo preocupados/as apenas conosco mesmos/as, como se não tivéssemos nada a ver com os outros?

Nenhum comentário: