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Ano B | 1ª Semana da Quaresma | Terça | Mateus 6,7-15
20/02/2024
As comunidades cristãs, aprenderam e
ensinaram, desde sempre, que a oração, junto com a partilha de bens e do jejum,
é uma das formas mais expressivas de viver a quaresma e preparar a páscoa. Jesus supõe a
oração como óbvia para quem acredita em Deus. Daí que, falando de oração, Jesus
chama a atenção para as atitudes equivocadas na oração, e indica o caminho da
oração cristã.
O texto de hoje
está inserido na primeira grande catequese de Jesus segundo o evangelho de
Mateus, conhecido como “Sermão da Montanha” (Mt 5,1-7,29), e foi omitido na
quarta-feira de cinzas. E a primeira advertência de Jesus em relação à oração é
não multiplicar louvores e pedidos vazios. Hoje parece que se tornou moda
promover encontros de oração massivos e barulhentos, multiplicar Ave-Marias e
prolongar tardes de louvor e orações de intercessão.
Em seguida, Jesus
aponta para a atitude de base a ser cultivada na oração: a discrição e a
dispensa de toda forma de espetacularização. Mandando “entrar no seu quarto”,
Jesus não está falando do lugar adequado ou exclusivo para rezar, mas sublinha
a necessidade de evitar a publicidade de rezar colocando nossa atenção mais na
impressão que causa nos outros que em Deus.
Finalmente, Jesus
fala do conteúdo essencial da oração cristã, mas não ensina uma oração a mais.
Na primeira parte, ele põe a ênfase no compromisso e na ação: santificar o nome
de Deus, ou aceitar que Deus não seja o espelho dos nossos egoísmos, mas faça
justiça às vítimas; agir para que o reino de Deus venha a nós com sua força
demolidora dos muros que separam e opõem; que pratiquemos a vontade de Deus
(que todos os seus filhos e filhas tenham vida em abundância) em todos os
tempos e lugares
Na segunda parte
da oração cristã, Jesus nos ensina a pedir a Deus aquilo que é realmente
essencial à nossa convivência: o alimento necessário à vida cotidiana e comum;
o perdão, que desfaz muros e reata relações rompidas; a liberdade diante das
pessoas e estruturas que resistem e se opõem ao Reino de Deus. O resto deve ser
fruto do essencial, e nos vem por acréscimo.
Meditação:
ü Leia atentamente, palavra por palavra, a advertência e o ensino
de Jesus sobre a atitude e o conteúdo da oração cristã
ü Que lugar a oração (e a celebração) ocupa na sua vida, na vida
da sua família e da sua comunidade cristã?
ü Quais são os pedidos (e os agradecimentos) que retomamos mais
amiúde em nossa oração pessoal, familiar e comunitária?
ü Em que medida o desejo de que a vontade do Pai e a ação transformadora
do seu Reino ocupam o centro da nossa oração?
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