256 | Ano B | Tempo Comum | 6ª Semana, Segunda | Marcos
8,11-13
12/02/2024
Os três versículos deste trecho do Evangelho
relatam a reação dos fariseus frente à segunda distribuição de alimento à
multidão necessitada, provocada, motivada, organizada por Jesus, com a
colaboração dos seus discípulos. Eles não se alegram com a multidão satisfeita,
nem estão dispostos a reconhecer nas ações de Jesus a irrupção do Reino de
Deus. Muito pelo contrário!
Marcos nos diz que os fariseus saíram e começaram a
discutir com Jesus e pedir a ele um sinal que comprovasse claramente que ele
era enviado de Deus e agia em nome dele. Na verdade, eles querem testar ou
tentar Jesus, como Satanás o havia feito no deserto (cf. Mc 1,13). Seria
Satanás um nome fictício para os fariseus e outras lideranças de Jerusalém? Em
todos os casos, a reação de Jesus aos questionamentos deles é dura e cortante.
O suspiro de Jesus enquanto reage é significativo,
e manifesta irritação e indignação. Será que o que faltava era sinais da parte
de Jesus ou fé da parte dos fariseus e doutores da lei? Em seu fechamento e
incredulidade, a elite religiosa de Jerusalém exigia de Jesus sinais
espetaculares e miraculosos, pois assim eles imaginavam Deus. Acontece que,
para Jesus, é preciso desconfiar diante de quem promete mundos e fundos e age
para impressionar.
O sinal já estava dado e repetido: a coleta de
alimento entre seus seguidores e a distribuição gratuita para saciar a fome do
povo. Se, como afirma o Papa Francisco, “a fome é criminosa e a alimentação é um direito
inalienável” assegurar que isso aconteça é coisa inspirada por Deus. Mas eles se negavam a ver nestes sinais o atestado
de que Jesus agia em nome de Deus. E os próprios discípulos, como vimos na
semana passada e será confirmado amanhã, não conseguiam aceitar.
Também nós, discípulos/as de Jesus
em terras brasileiras num tempo marcado pela intolerância, precisamos deixar de
provocar Jesus pedindo sinais extravagantes. Ele mesmo, em sua humana e
solidária encarnação, amando e dando a vida pelos pequenos, é o sinal mais
luminoso de Deus. Estaremos nós à sua altura?
Meditação:
ü Por que será que ainda hoje tanta gente,
inclusive entre nós, procura e pedem sinais grandiosos para acreditar?
ü Por que ainda resistimos a ver na compaixão de
Jesus e na solidariedade de tanta gente os sinais da mão divina?
ü O que podemos dizer das igrejas, santuários e
pregadores que reduzem a fé à promessa de milagres mirabolantes?
ü Será que o que provoca o enfraquecimento da fé
é a falta de sinais do amor de Deus ou a nossa incapacidade de reconhece-los?
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