domingo, 4 de fevereiro de 2024

O Evangelho em nossa vida (250)

250 | Ano B | Tempo Comum | 5ª Semana, Segunda-feira | Marcos 6,53-56

05/02/2024

O sexto capítulo de Marcos começa com o escândalo dos familiares e conterrâneos de Jesus, prossegue na compaixão que o leva a buscar alimento para a multidão faminta, continua com a tumultuada travessia do mar e termina com a cena de hoje: a multidão que o procura e encontra do outro lado do mar, como último porto para não desfalecer de necessidade e desespero.

Em todas as cenas transparece uma grande tensão: mesmo tendo sido chamados, tendo recebido uma formação especial e tendo ensaiado uma participação na missão de Jesus, os discípulos não conseguem reconhecer nele os traços do Messias esperado e assimilar sua prática e seu caminho. Por outro lado, a multidão, cansada e sem pastor que se interesse por ela, busca e encontra em Jesus aquilo que já havia desistido de esperar.

Os discípulos não conseguem entender o significado do gesto do pão partilhado para os famintos no deserto, mas um mar de gente miserável se lança sobre Jesus! Este capítulo termina sem relato de qualquer gesto particular de Jesus em favor das pessoas, mas nos apresenta uma espécie de sumário ou resumo do seu ministério em todas as esferas sociais: nos mercados, nas aldeias, nos campos e nas cidades. Para Jesus, a sinagoga e o espaço religioso não esgotam os sinais do Reino de Deus!

Este sumário é comovente: reconhecendo Jesus imediatamente, as pessoas o buscavam em qualquer lugar, carregando seus doentes pelas estradas e campos; colocando seus doentes nas praças das cidades; contentando-se até com apenas um toque na barra do seu manto. “E todos os que tocavam nele eram salvos”, diz Marcos. Tudo isso aumenta o contraste com a atitude dos doutores da lei, descrita logo em seguida: eles estão mais interessados com a impureza das mãos dos discípulos de Jesus que com sua imensa compaixão.

Todos/as somos encorajados/as a buscar e encontrar em Jesus o conforto que necessitamos, e isso é legítimo. Mas somos também convocados/as a assimilar e viver sua divina compaixão, sem agenda e sem mapa, com o próximo esquecido e necessitado.

                                                                      

Meditação:

ü  Releia o texto, prestando atenção à comoção que se esconde atrás das palavras desse resumo da missão de Jesus

ü  Perceba como Jesus não estabelece horário ou lugar para a compaixão, e como o povo põe nele sua última esperança

ü  Será que nós, homens e mulheres que separam fé e ciência, cremos de fato que o encontro com Jesus pode nos curar e salvar?

ü  O que você espera de Jesus: um benefício pessoal, ou um caminho que o/a torne mais humano/a e solidário/a?

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