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Ano B | Festa da Cátedra de São Pedro | Mateus 16,13-19
22/02/2024
O livro dos Atos dos Apóstolos nos lembra que
Pedro, nosso ‘primeiro Papa’, foi presidiário! As chaves prometidas por Jesus
Cristo não serviram para abrir as algemas e a porta que prenderam Pedro! Depois
de ter sido um fariseu zeloso e violento, e acumulado muitos méritos e honras
por causa disso, Paulo foi conquistado por Jesus Cristo e, como muitos outros
da sua geração, foi denunciado, perseguido, encarcerado e finalmente executado.
Ele assimilou o que Jesus dissera ao enviar os Doze: “Não tenham medo de nada!”
Pedro e Paulo eram membros de comunidades cristãs,
e o vínculo entre a comunidade e seus líderes presos se mostra de um modo
comovente no relato dos Atos dos Apóstolos. “Enquanto Pedro era mantido na
prisão, a Igreja orava continuamente por ele.” Quando Pedro e João haviam sido
liberados da prisão, a comunidade pedia em oração: “Agora, Senhor, olha as
ameaças que fazem, e concede que teus servos anunciem corajosamente a tua
Palavra” (At 4,29). Diante da perseguição, as comunidades pedem coragem, e não
tranquilidade.
Jesus faz uma pergunta decisiva aos discípulos:
“Quem sou eu para vocês?” Esta é a primeira vez que um discípulo o reconhece e
proclama Messias. Porém, mesmo sem rejeitar a confissão de Pedro e dos demais
discípulos, Jesus prefere falar de si mesmo como Filho do Homem, e não como
Filho de Deus (cf. Mt 11,19; 12,8; 12,32), acentuando assim seus vínculos com a
humanidade. Isso significa que somente quem está aberto e sintonizado com a
lógica e a vontade de Deus pode reconhecer a presença de Deus nas ações e
palavras deste filho da humanidade e irmão de todos os seres humanos. Esta é a
base sólida sobre a qual Jesus Cristo constrói a comunidade cristã,
literalmente, a assembleia dos chamados, e contra a qual nada
prevalece.
Crer, confiar, partilhar e anunciar: estes são os
verbos essenciais da gramática vital dos cristãos. Só chega à meta da caminhada
de discípulo/a missionário/a quem conjuga estes verbos em todos os tempos,
modos e pessoas. É nesta perspectiva que, escrevendo a Timóteo na cela da prisão,
Paulo faz um balanço de sua vida e suas palavras são eloquentes e comoventes:
“Chegou o tempo da minha partida. Combati o bom combate, terminei a corrida,
guardei a fé.”
Meditação:
ü Procure afastar-se das respostas e doutrinas aprendidas, e
responda à pergunta de Jesus, descrevendo o lugar que ele ocupa na sua vida, e
como ele influi nas suas relações, ações e opções, grandes ou pequenas
ü Recorde as consequências que esta resposta de Pedro tem na vida
dele, de Paulo e dos/as discípulos/as que vieram depois deles
ü Deixe ressoar em você a palavra de Jesus: “Feliz és tu, porque
não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai!”
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