terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

O Evangelho de Jesus Cristo em nossa vida (258)

258 | Ano B | Quarta-feira de Cinzas | Mateus 6,1-6.16-18

14/02/2024

É desconfortável constatar que a fraternidade precisa de uma campanha especial. Mas esta iniciativa da Igreja do Brasil tem ajudado as comunidades cristãs a viver o espírito quaresmal numa perspectiva comunitária e social. Neste ano, somos interpelados mais uma vez a abrir os olhos para urgência de uma fraternidade que vá além das fronteiras religiosas, nacionais, políticas, culturais e étnicas. Uma fraternidade social, ou uma amizade social.

O profeta Joel grita: “Voltai para mim com todo o vosso coração! Rasgai o coração e não as vestes! Voltai para o Senhor, vosso Deus! Ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia!” E Jesus, recomenda: “Ficai atentos para não praticar a vossa justiça diante dos homens, só para serdes vistos por eles! Não façais como os hipócritas...” Até a oração, a esmola e o jejum, podem ser corrompida pelo desejo de causar boa impressão.

Jesus começa sua exortação catequética com uma advertência contundente: “Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente das pessoas, só para serdes vistos por elas!” Jesus não é ingênuo, e percebe que esta busca de evidência e relevância pode contaminar até aquilo que parece mais piedoso e religioso, como a partilha mediante a esmola, a oração e o jejum.

Jesus propõe um princípio geral e efetivo para evitar esse risco: evitar a busca do aplauso e da publicidade, deslocando o foco de nós mesmos e nossas instituições para Deus e o Outro. É isso que nos justifica! O resto é teatro e espetáculo para impressionar as pessoas incautas. O que vale todas as penas é a aprovação de Deus, que vê o que é discreto e secreto, aquilo que ninguém vê, aqueles/as que ninguém quer ver, reconhecer e valorizar.

Quando Jesus fala de “hipócritas”, está se referindo aos fariseus, pois se consideram melhores, puros e superiores a todos os outros. Sob a aparência de piedade e de fidelidade à lei de Deus, eles escondem, cultivam e praticam a exterioridade, a arrogância, a violência. Mas, falando assim, Jesus não se cansa de prevenir seus discípulos/as contra esta permanente tentação que nos ronda como pessoas que se consideram melhores e mais piedosas.

                                                                           

Meditação:

ü  O Brasil vive uma situação sombria de intolerância e polarização, de enfrentamentos desleais e difamantes entre diversos grupos

ü  Como viver a fé de forma dialogante, testemunhal e respeitosa neste contexto tão minado?

ü  Como viver o sentido cristão do jejum e da esmola numa sociedade regida pelo mercado e em meio a tanta gente que passa fome?

ü  Que destino você, sua família e sua comunidade podem dar aos alimentos não consumidos no dia de jejum e abstinência?

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