248 | Ano B | Tempo Comum | 4ª Semana, Sábado | Marcos
6,30-34
03/02/2024
No
episódio do envio dos apóstolos ao “estágio missionário” (cf. Mc 6,7-13), a
ênfase recaía sobre as instruções de Jesus para a missão. Na crônica sobre a
trama e morte de João Batista (cf. Mc 6,14-29), o evangelista sublinhava o
recorrente confronto entre reis arrogantes e enfraquecidos com os profetas que
não calam a verdade. Este é o caminho e o destino de Jesus, s os discípulos/as
que ele envia também devem preparar-se para isso.
No
episódio de hoje, Marcos descreve o que acontece quando os discípulos voltam do
breve “estágio missionário”. Eles foram enviados como missionários itinerantes,
dedicados integralmente ao anúncio e realização do Reino de Deus, absolutamente
dependentes da hospitalidade alheia. Voltando, eles se reúnem diante de Jesus e
compartilham o que haviam feito e ensinado.
Atento
ao cansaço e aos limites do apostolado deles, Jesus os convida para um retiro
de descanso e de aprofundamento do seu ensino. Este descanso/retiro se faz
necessário, pois é muita gente chegando para pedir socorro a ponto de limitar
até as condições para se alimentar adequadamente. Mas a proposta de descanso se
torna uma lição de dedicação incansável ao Reino de Deus, concretizada na
compaixão pelo povo necessitado.
De fato,
enquanto os discípulos que apenas estreavam como apóstolos ainda tinham
dificuldades de reconhecer a identidade de Jesus, as multidões cansadas e
abatidas, abandonadas pelos seus líderes e pastores políticos e religiosos,
intuem quem é Jesus, depositam nele suas derradeiras esperanças e chegam antes
deles no desejado “retiro”. É isso que relatam os versículos subsequentes, que
meditaremos noutro dia.
A
dedicação incansável de Jesus ao povo, e sua ação curadora e emancipadora, é a
lição que faltava aos apóstolos. A missão não é uma etapa, um momento, uma
entre outras atividades que nos ocupam. A divina e humana compaixão não conhece
agenda. E as pessoas descartadas pelos “pastores” de plantão são a prioridade
dos discípulos missionários. Mesmo quando se retiram para a oração e a
formação, o povo está presente por todos os lados.
Meditação:
ü Releia o texto com atenção, acompanhando o
retorno dos apóstolos, o convite ao descanso, a multidão que os rodeia
ü A formação, a oração, as celebrações e outras
demandas da vida cristã não podem ser obstáculos ao “ministério da compaixão”
ü A verdadeira evangelização (anúncio da Boa
Notícia de Deus) se concretiza e culmina na compaixão demonstrada nas ações
ü Em que medida é a humana e divina compaixão de
Jesus que dinamiza nossa formação, nossa oração e nossa missão?
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