Evangelizar
com a simplicidade da pomba e com a astúcia da serpente | 408 | 12.07.24
| Mateus 10,16-23
Depois de falar sumariamente do campo, das tarefas,
do suporte e do impacto da missão que confia aos discípulos missionários, no
texto que estamos meditando e rezando hoje, Jesus apresenta as atitudes
fundamentais que devem demarcar a vida missionária, essencialmente, em qualquer
tempo ou lugar: simplicidade, prudência, confiança e perseverança.
Jesus começa sublinhando que geralmente a missão se
desenvolve num contexto de hostilidade, e é povoada de provações. Por isso, a
tentação de desistir e desanimar estará sempre presente. O discípulo
missionário será sempre como uma ovelha no meio de lobos, guiando-se tanto pela
estratégia como pela simplicidade. Por isso, precisa mirar-se no pastor, modelo
que o inspira e precede, sem “correr em raia própria”, sempre em comunidade.
A primeira atitude essencial do discípulo
missionário é a simplicidade, que é o compromisso sincero e íntegro com o Reino
de Deus, o compromisso de fazer sempre o bem e manter-se nele, de jamais
desconfiar das pessoas ou ter medo delas. É claro que isso não tem nada a ver
com ingenuidade, mas tudo a ver com o modo de ser e de agir de Jesus. Ele é o
missionário do Pai!
A segunda atitude é a prudência, ou, em outras
palavras, a sabedoria, que se mostra na escuta atenta e dócil da Palavra de
Deus e na prática que lhe corresponde. É disso que brota a “esperteza
evangélica”, aquela inteligência lúcida e autêntica que suscita criatividade e estratégias
adequadas para levar a missão adiante, sem desvios e sem concessões. É claro
que não se trata daquela propalada esperteza que se rege pela lei de em tudo
levar vantagem.
A terceira atitude que não pode faltar ao discípulo
missionário de Jesus é a confiança, e aqui se trata, antes de
tudo, de confiança no Pai, na sua bondade, na sua providência imensamente
divina. Nenhuma provação ou tribulação estará fora do seu olhar. Quem confia no
Pai não se intimida diante das contrariedades, nem se vinga diante das
perseguições. Sabe o que vale para Deus!
Por fim, e temperando as três
atitudes anteriores, a perseverança, porque o discípulo
missionário sabe que seu trabalho não é inútil e que as intempéries são
passageiras e limitadas. Quem se mantiver fiel ao Mestre, no sucesso ou na
perseguição, será por ele defendido, protegido e apresentado ao Pai.
Meditação:
· Deixe que ressoe em você e rumine por um
instante cada uma das recomendações de Jesus aos discípulos
· Qual das quatro atitudes que ele ressalta lhe
parece mais relevante para as comunidades e seus missionários/as hoje?
· Quais seriam outras atitudes que poderiam
assegurar a credibilidade da evangelização hoje?
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