Jesus revela
o coração de um Deus que age mediante a misericórdia | 401 | 05.07.24
| Mateus 9,9-13
Depois de curar uma pessoa paralítica, que contou
com o auxílio de pessoas amigas, Jesus não reivindica para si mesmo os créditos
do perdão e da cura. Ele passa do perdão – que é uma ação interior, cujos
frutos não são visíveis – à cura, que é o lado visível da mesma ação. Diante do
que viu, o povo ficou muito impressionado, com medo, e glorificou a Deus por
ter dado tal poder a Jesus e aos seus discípulos.
Na cena de hoje, Jesus se encontra com Levi, que é
cobrador de impostos, colaborador do império romano e, por isso, também
considerado pecador, execrado e banido da convivência social e religiosa pelos
judeus. Jesus não se orienta por preconceitos que excluem, pelas aparências e
exterioridades. Partindo da base e da periferia social, ele chama e congrega
pessoas de boa vontade para, com elas, iniciar uma comunidade alternativa. O
grupo dos 12 é o embrião dessa comunidade.
Levi, que a tradição cristã identifica com o
apóstolo Mateus, responde prontamente ao chamado de Jesus, e entra no seu
caminho. Como não exclui ninguém da mesa do Reino, desde que a pessoa entre no
dinamismo do Reino de Deus, Jesus se confraterniza com Levi na sua casa, seus
colegas cobradores de impostos e muitas outras pessoas tratadas pelo judaísmo
como pecadoras. Pecador é o termo usado pelas sagradas escrituras usado para
designar e identificar quem desaprova ou não vive de acordo com as normas de um
grupo.
Essa prática inclusiva e inovadora de Jesus
desestabiliza a ordem social, e, por isso, é criticada pelos fariseus e mestres
da lei. Esta manifestação da misericórdia de Deus é por eles vista como
desconformidade com a vontade de Deus. A condescendência e a justiça de Deus,
assim como é entendida e praticada por Jesus, deslegitima as práticas
excludentes do judaísmo e seus representantes, e também dos seus sucessores nas
igrejas de hoje.
Levi tomará parte desta comunidade
vivificadora que compartilha recursos e estabelece relações estáveis de
acolhida e inclusão, e passa a ser visto como modelo de discípulo e apóstolo.
Ele entendeu que Deus quer misericórdia, e não legalismo, que Jesus veio para
quem está necessitado, e não para quem se considera satisfeito. E esse deve ser
o caminho das Igrejas e todos os seus organismos.
Meditação:
· Retome
a cena de Mateus trabalhando, sendo interpelado por Jesus, deixando tudo para
segui-lo, e confraternizando-se com ele
· Participe
da cena, da alegria de Mateus e outros pecadores, da postura crítica dos
fariseus e líderes do judaísmo
· Contemple
a vida de Jesus e, com Mateus, acolha e aprenda essa lição fundamental: Deus
quer misericórdia e não sacrifícios
· Como
nós e nossas igrejas acolhemos e praticamos esse princípio fundamental que
orienta toda a vida e a missão de Jesus?
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