terça-feira, 16 de julho de 2024

A maior e mais profunda alegria de Jesus é ser entendido pelos humildes

A maior e mais profunda alegria de Jesus é ser entendido pelos humildes | 413 | 17.07.24 | Mateus 11,25-27

Ontem, na celebração de Nossa Senhora do Carmo, a cena da mãe e dos parentes de Jesus que vão à sua procura nos chamava a fazer parte da família de Jesus mediante a prática da vontade de Deus em nossa vida cotidiana. No breve texto de hoje, Jesus muda radicalmente de tom, e se dirige carinhosamente aos discípulos e discípulas, como que para consolar e fortalecer quem se sente inseguro.

Na sua lucidez, Jesus não ignora a divisão e a rejeição que seu Evangelho provoca. Mas, a partir da sua intimidade com o Pai, percebe que há gente generosa que o acolhe, adere a ele, muda o rumo da própria vida. Ele sabe que essa é a vontade do Pai: que o Reino de Deus, que pertence aos pequenos, humildes e pobres, seja por eles levado adiante, não obstante a extrema limitação dos meios ao alcance deles. Nisso, os sábios das academias e os poderosos entronados contam pouco.

Os sábios e entendidos que se fecham à Boa Notícia do Reino de Deus são as elites culturais, políticas e religiosas, todos os grupos que se sentem superiores, sabidos e seguros, e não conseguem admitir nada além dos próprios interesses de classe. Mas, entre eles, há também outros menos elitizados, que se deixam influenciar por essa mentalidade, e se fecham à novidade libertadora de Deus: algumas cidades, gente do povo e até parentes de Jesus. Tanto ontem como hoje!

Os “pequeninos” dos quais Jesus fala são as pessoas humildes, sem segurança, receptivas ao Evangelho e à pessoa de Jesus, aquelas que o seguem como discípulas, dispostas e aprender sempre. São as pessoas mais vulneráveis, às vezes iludidas pelos doutores da lei, e até vistas como tolas. São as pessoas que entram para a comunidade dos discípulos, convictas de que mestre não é quem sabe tudo, mas quem aprende sempre, que vivem como eternas aprendizes.

Mas, atenção! Não é pelo fato de sermos contados entre os batizados ou “frequentadores” dos sacramentos que somos automaticamente discípulos e estamos livres da arrogância de quem pensa saber tudo. Na relação interna em nossas comunidades, e na postura diante das demais confissões cristãs e outras religiões, é frequente sentirmo-nos melhores, superiores e entendidos. Ou eu estou enganado?

 

Meditação:

·    Sublinhe ou se detenha na palavra ou frase de Jesus que lhe parece mais bela e significativa nesse momento

·    Em quais circunstâncias você se percebe agindo como sábio/a e entendido/a, que tem tudo a ensinar e nada a aprender?

·    Como poderíamos traduzir, com palavras e para as situações de hoje, essa belíssima alocução de Jesus?

·    O que fazer para deixar-se surpreender a cada dia pelas delicadezas de um Deus que tem prazer em ser acolhido pelas pessoas humildes e afirmar a dignidade das vítimas?

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