quarta-feira, 10 de julho de 2024

Vão anunciar minha paz, vão sem olhar para trás

Vão anunciar minha paz, vão sem olhar para trás | 407 | 11.07.24 | Mateus 10,7-15

Na primeira parte da formação missionária que oferece aos seus discípulos missionários, depois de escolhê-los entre um grupo maior, Jesus delimitava o campo prioritário no qual deveriam agir: o povo cansado e abatido, ou as ovelhas perdidas da casa de Israel. Os samaritanos e pagãos ficariam para o segundo momento. No texto de hoje, Jesus fala das tarefas (v. 7-8), do suporte (v. 8-10) e do impacto dessa missão (v. 11-15) que ele confia aos seus escolhidos.

Em relação ao que fazer, Jesus ensina que se trata de anunciar alegremente que o Reino de Deus chegou, e de demonstrar isso com sinais concretos, exatamente como ele mesmo o fez: curar doentes, purificar leprosos, ressuscitar mortos, enfim: devolver vida e cidadania aos excluídos e sofredores. Isso significa que os discípulos precisam continuar a missão de Jesus, estendendo-a no tempo e no espaço.

Em relação ao estilo de vida ou ao suporte material da missão, trata-se de dar testemunho de despojamento, evitar ser pesado para o povo, não buscar vantagens, deslocar-se discretamente pelas estradas, abraçar a impotência e confiar na hospitalidade do povo e na providência de Deus, fazer das casas o foco irradiador da novidade do Reino de Deus, não forçar nem impor nada.

No que se refere ao impacto da missão que devem realizar, o discípulo missionário deve contar com a acolhida benevolente e muitos, mas também com a resistência e a recusa de outros. Diante da recusa, não há lugar para a lamentação e muito menos para a ameaça: os discípulos devem continuar a missão noutro lugar e dirigir-se a outras pessoas. Sacudir a poeira dos pés significa dizer que a oportunidade foi concedida, maior que a Sodoma e Gomorra, e que a responsabilidade pelas consequências não recaiu sobre o missionário.

Focado no anúncio do Reino de Deus e tendo Jesus como modelo, para não afastar e criar dependência o discípulo missionário não cria falsas expectativas nem exibe poder. Vive em si mesmo a novidade do Reino de Deus, abrindo as fronteiras e libertando-se dos vínculos familiares e sociais demasiadamente estreitos, e isso basta. Livre do compromisso com qualquer ideologia fechada e mesquinha, o discípulo missionário vive a profecia, a autocrítica e a coerência.

 

Meditação:

·        Deixe que ressoe em você e rumine por um instante cada uma das recomendações de Jesus aos discípulos que ele envia

·        Qual dessas recomendações lhe parece mais relevante para as comunidades e seus missionários/as hoje?

·        Quais seriam as atitudes e ações prioritárias que poderiam assegurar a credibilidade da evangelização hoje?

·        Que atitudes costumamos tomar diante das pessoas e grupos que se fecham ao Evangelho?

Nenhum comentário: