segunda-feira, 29 de julho de 2024

Nas estradas de um mundo desigual, o que nos guia é a Esperança!

Nas estradas de um mundo desigual, o que nos guia é a Esperança! | 426 | 30.07.24 | Mateus 13,36-43

Sabemos que as parábolas têm as características da sabedoria popular, usa imagens da experiência cotidiana, e exige o engajamento do ouvinte na interpretação. Nisso, são diferentes das alegorias, que buscam uma certa equivalência ou correspondência e sentido específico para cada um dos termos. Conforme Mateus, na explicação, pedida pelos discípulos, Jesus faz uma leitura alegórica da parábola do trigo e do joio, considerando as demandas e conflitos da sua comunidade.

Notemos que esta que Mateus nos oferece é apenas uma entre as diversas interpretações possíveis da parábola, e o interesse está na oposição que o Reino de Deus enfrenta. Jesus oferece esta explicação em casa, no espaço que as comunidades cristãs converteram em ambiente de encontro com Jesus e de aprofundamento do seu ensino. A leitura se detém em oito aspectos, que não são os únicos. Há um fio condutor: o mal e sua oposição à novidade do Reino de Deus faz parte da condição humana mas tem seus dias contados, não se estenderá para sempre.

Jesus, que se apresenta como Filho do Homem, espalha a semente do Reino de Deus, que é boa e se concretiza nos discípulos que o seguem. O campo não se restringe ao coração das pessoas, mas é o mundo (a vida e as estruturas econômicas, políticas, sociais e religiosas cotidianas). O joio representa simbolicamente as elites políticas e religiosas, que Jesus qualifica como filhas do diabo, e são por ele semeadas no mundo (cf. 4,8; 12,33-37). Mas elas não são perpétuas, nem os frutos do mal que provocam.

Portanto, o tempo histórico que é medido pelo nosso percurso existencial e pela construção e mudança das sociedades, é o tempo da adversidade e do conflito. Não faz sentido imaginar que um dia as coisas serão isentas de ambiguidades, puras e imaculadas neste mundo. Nem mesmo a Igreja pode imaginar-se assim. Mas, no final, no mundo que há de vir e que inspira o mundo que estamos a construir, o mal e suas causas serão eliminados. Essa é nossa esperança.

Por isso, os discípulos do Reino somos estimulados a manter a esperança, mesmo sendo trigo no meio do joio, e tendo o joio dentro de nós, em nossas ações e instituições. Quando o Mundo Novo florescer plenamente, os filhos do Reino brilharão como o sol, e a noite ficará iluminada como quando o Filho de Deus se fez carne. O tempo atual, entretanto, é de esperança e luta. O que nos anima é saber que tem boa semente que está florescendo e amadurecendo.

 

Meditação:

§  Entre com Jesus e os discípulos/as em sua casa e peça que ele lhe dê inteligência para compreender sua palavra

§  Leia atentamente a explicação que Jesus nos oferece sobre a parábola do trigo bom e do joio semeado pelo inimigo

§  Seria possível atualizar essa interpretação para a situação que vivemos hoje na Igreja e na sociedade do Brasil?

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