terça-feira, 30 de julho de 2024

Por causa de um certo Reino, estradas eu caminhei

Por causa de um certo Reino, estradas eu caminhei... | 427 | 31.07.24 | Mateus 13,44-46

Estamos diante das últimas parábolas dessa espécie de “cartilha” que é o capítulo 13 do evangelho de Mateus. O capítulo será concluído com algumas novas explicações sobre este gênero de pregação e suas aplicações na vida. Aqui temos aquelas que conhecemos como parábolas do tesouro escondido e encontrado por acaso, e da pérola preciosa ardentemente buscada. Ambas falam, obviamente, da preciosidade incomparável do reino de Deus e da reação de quem se encontra com ele.

Já lembramos muitas vezes e de modos diversos que o Reino de Deus é o horizonte que dá sentido e direção a tudo o que Jesus busca, anuncia e faz. Seu conteúdo é uma vida plena, fraterna e solidária acessível a todas as pessoas, um mundo no qual há lugar para todas as criaturas. Pode parecer surpreendente e incompreensível que haja quem se feche a este anúncio, quem o rejeite e se oponha a ela. Na verdade, há quem tenha essa atitude, também hoje: gente que não admite que todos somos iguais em dignidade e possamos compartilhar os mesmos lugares e os mesmos bens; que não abre mão de usufruir de algumas coisas com exclusividade, e que considera a promoção dos outros como uma ameaça aos seus privilégios.

Por isso, as parábolas sublinham a preciosidade, o valor incalculável do Reino de Deus, assim como a reação esperada e adequada de quem se depara com ele. Na primeira parábola, ao que parece, quem encontra o tesouro no campo é um trabalhador, e isso ocorre por acaso. Mas o que ele faz é justo, e nos representa: arrisca todo o pouco que tem e “aposta todas as fichas”, com incontida alegria, no mundo assim como foi imaginado e criado por Deus, e promovido por Jesus. Ninguém entra no alegre dinamismo sem essa ruptura fundamental.

A condição do negociante de pérolas é um pouco diferente: ele se dedica incansavelmente à procura de pérolas finas e valiosas. Quando seu empenho alcança um bom resultado, ele se recusa a vender a pérola preciosa. Ele vende tudo, abandona o ofício de comerciante e passa a dedicar-se integralmente ao Reino de Deus. Ele descobre que o que vale mesmo todas as penas é buscar o Reino de Deus e a sua justiça. O resto, inclusive as perseguições, vêm por acréscimo. Mas esse é o tesouro que o ladrão não rouba e a traça do tempo não corrói.

 

Meditação:

·    Escute e leia as duas parábolas com a maior atenção possível, acompanhando com a imaginação a ação e a reação dos personagens

·    Você acha que a Igreja tem conseguido sublinhar adequadamente o valor precioso e desejável do Reino de Deus aos seus membros?

·    Em que medida o reino de Deus e a sua justiça é, para você, a única coisa necessária, o valor pelo qual você tudo troca?

·    Nossa catequese e nossas celebrações conseguem despertar nos cristãos a busca, a alegria e a ousadia? Por quê?

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