Por causa de um certo Reino, estradas
eu caminhei... | 427 | 31.07.24 | Mateus 13,44-46
Estamos diante das últimas parábolas dessa espécie
de “cartilha” que é o capítulo 13 do evangelho de Mateus. O capítulo será
concluído com algumas novas explicações sobre este gênero de pregação e suas
aplicações na vida. Aqui temos aquelas que conhecemos como parábolas do tesouro
escondido e encontrado por acaso, e da pérola preciosa ardentemente buscada.
Ambas falam, obviamente, da preciosidade incomparável do reino de Deus e da
reação de quem se encontra com ele.
Já lembramos muitas vezes e de modos diversos que o Reino de Deus é o
horizonte que dá sentido e direção a tudo o que Jesus busca, anuncia e faz. Seu
conteúdo é uma vida plena, fraterna e solidária acessível a todas as pessoas,
um mundo no qual há lugar para todas as criaturas. Pode parecer surpreendente e
incompreensível que haja quem se feche a este anúncio, quem o rejeite e se
oponha a ela. Na verdade, há quem tenha essa atitude, também hoje: gente que não
admite que todos somos iguais em dignidade e possamos compartilhar os mesmos
lugares e os mesmos bens; que não abre mão de usufruir de algumas coisas com
exclusividade, e que considera a promoção dos outros como uma ameaça aos seus
privilégios.
Por isso, as parábolas sublinham a preciosidade, o valor incalculável do
Reino de Deus, assim como a reação esperada e adequada de quem se depara com
ele. Na primeira parábola, ao que parece, quem encontra o tesouro no campo é um
trabalhador, e isso ocorre por acaso. Mas o que ele faz é justo, e nos
representa: arrisca todo o pouco que tem e “aposta todas as fichas”, com
incontida alegria, no mundo assim como foi imaginado e criado por Deus, e
promovido por Jesus. Ninguém entra no alegre dinamismo sem essa ruptura fundamental.
A condição do negociante de pérolas é um pouco diferente: ele se dedica
incansavelmente à procura de pérolas finas e valiosas. Quando seu empenho
alcança um bom resultado, ele se recusa a vender a pérola preciosa. Ele vende
tudo, abandona o ofício de comerciante e passa a dedicar-se integralmente ao
Reino de Deus. Ele descobre que o que vale mesmo todas as penas é buscar o
Reino de Deus e a sua justiça. O resto, inclusive as perseguições, vêm por
acréscimo. Mas esse é o tesouro que o ladrão não rouba e a traça do tempo não
corrói.
Meditação:
· Escute e leia as duas parábolas com a maior
atenção possível, acompanhando com a imaginação a ação e a reação dos
personagens
· Você acha que a Igreja tem conseguido sublinhar
adequadamente o valor precioso e desejável do Reino de Deus aos seus membros?
· Em que medida o reino de Deus e a sua justiça é,
para você, a única coisa necessária, o valor pelo qual você tudo troca?
· Nossa catequese e nossas celebrações conseguem
despertar nos cristãos a busca, a alegria e a ousadia? Por quê?
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